Bola de Couro
A partir de amanhã vou ficar por alguns dias no exterior, de onde não poderei postar a regular coluna semanal.
Por isso, vou me adiantar porque entendo que, como todos os amigos colunistas que participam do Coxanautas, não poderia deixar de também registrar algumas linhas na comemoração do 30º aniversário do título de campeão brasileiro, nossa maior conquista na mais do que centenária história do clube, sendo o primeiro clube do Paraná e o primeiro fora do eixo SP-RJ-MG-RS a ser campeão brasileiro de futebol.
Qual torcedor do Coritiba com mais de trinta e cinco anos de idade não se lembra daquela noite/madrugada? Onde estava, o que fazia e como torceu?
Alguns poucos (mas muito representativos) tiveram o privilégio de estar no Maracanã torcendo contra os cem mil cariocas que se aliaram em favor do Bangu, um grande time na época, e que eliminara o Internacional e o Vasco da Gama no caminho até a final. (A propósito, quando os meus amigos gaúchos tentam desqualificar o nosso título porque conquistado contra o Bangu, respondo: - Uma pena que o Internacional ou o Grêmio não conseguiram ir para a final conosco. Qualquer um deles seria um glorioso vice-campeão).
E outros, em Curitiba, se reuniram em bares, restaurantes ou casas de amigos para acompanhar ao jogo pela televisão, narrado pelo então incipiente Galvão Bueno e pelo saudoso Vinícius Coelho. E muitos outros, espalhados pelo Brasil e pelo mundo, fixados na televisão ou, quando não era possível, através das ondas da saudosa Rádio Clube Paranaense, a PRB-2, emissora de alcance potentíssimo que por muito tempo me propiciou acompanhar ao Coritiba pelo interior do Rio Grande do Sul.
E se não fisicamente, em espírito e alma estivemos todos juntos os milhões de torcedores - e na ocasião mais milhões de outros brasileiros simpatizantes - do Coritiba que foram dormir (será que dormimos naquela madrugada?) campeões do Brasil.
Morava em Camaquã-RS, onde assisti e ouvi ao jogo com a televisão e o rádio ligados ao mesmo tempo, juntamente com toda a minha família, vibrando com as imagens e o som. Ao final do jogo lancei inúmeros foguetes da janela da minha casa, não me importando se eventualmente acordei alguns, pois queria mostrar aos camaquenses que ali estavam coritibanos campeões.
Por alguns momentos de comemoração vamos esquecer os malfeitos do atual Coritiba. Embora as dores que temos sofrido nos últimos tempos, vamos dar “um tempo” e comemorar. O que importa, ainda que logo ali a realidade se manifeste, é lembrar uma conquista maiúscula, alcançada com todo brilho e merecimento.
E quem viveu aqueles momentos como dormirá na próxima noite/madrugada de 31/1º?
Quem sabe se for para sonhar que aqueles tempos voltaram? Alguém disse, não me lembro quem, que se podemos sonhar também podemos tornar os nossos sonhos realidade.
É a minha singela e um pouco apressada homenagem do Coritiba. Parabéns a todos que lutaram para aquela conquista. Parabéns, torcida Coxa-Branca.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)