Bola de Couro
Todas as partidas de futebol têm um fator decisivo, e até uma obviedade dizer isso.
Em algumas, a atuação coletiva da equipe é que leva à vitória, tal como ocorreu conosco na inesquecível goleada sobre o Palmeiras no ano passado, jogo em que não havia como destacar um ou outro, sob pena de cometer injustiça, sendo o fato decisivo para a goleada a atuação coletiva. Este, o coletivo, também pode ser fator fundamental na derrota, como aconteceu na última rodada do campeonato brasileiro do ano passado, quando perdemos para os rubros em jogo que ninguém – nenhum mesmo – dos nossos mereceu destaque, todos jogaram mal.
Em outras partidas, a equipe não joga muito bem, mas um ou dois atletas se destacam e resolvem positivamente o jogo, tal como ocorria na Copa do Mundo de 1994 em que a seleção jogava como um bloco fechado e Romário tratava de decidir. No Coritiba, algumas vezes isso ocorreu no tempo do Zé Roberto e do Kruger e, mais recentemente, quando Keirrisson, lá na frente decidia.
Em outras tantas partidas, a equipe joga bem ou razoavelmente bem, mas uma falha gritante coloca tudo a perder, como ocorreu na triste lembrança do frango do Edson Bastos e na escalação esquisita do Marcos Paulo na decisão do ano passado contra o Vasco. Desculpem lembrar, mas em mim a ferida ainda não cicatrizou.
Pois bem, amigos, vejam onde quero chegar. O nome do jogo de hoje contra o Iraty, o fator decisivo para a goleada, foi o do Marcel.
Não, o colunista sessentão aqui não está “fora da casinha”.
Marcel, quando ausente, foi, sim, decisivo, uma vez que a partir de sua saída e ida para o vestiário a equipe passou a jogar como todos nós sempre quisemos e como era no ano passado: toques de bola rápidos, triangulações envolventes e, principalmente, todos os que jogavam do meio para a frente se deslocando, não ficando ninguém, como faz o Marcel, esperando que a bola chegue até ele. Há quem se destaque pela ausência, sim e hoje foi o caso.
E pelo que ocorreu na segunda metade do segundo tempo, com a mudança radical da proposta de jogo, fiquei esperançoso. Retomamos, pelo menos ao que se viu hoje, e espero que assim continue, aquele futebol alegre e ágil do ano passado. E não me venha o meu amigo Aderbal dizer que contra o lanterna do campeonato foi fácil e não vale. Não há mais partida fácil em tese, usei exemplos na última coluna e a rodada da Copa do Brasil mostrou isso em alguns jogos. A desenvoltura de uma equipe é que faz com que o jogo fique fácil. Jogamos na casa deles, com dez em campo até aproximadamente os vinte minutos do segundo tempo. A vitória foi boa e dá esperança de um novo caminhar.
Poderia ser o Lincoln, que hoje foi primoroso, mas considerando a necessidade de mudar o esquema e a mudança decorrente de sua saída, Marcel - no vestiário - foi para mim o nome do jogo.
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Deixando de lado o tom um tanto irônico, encerro a coluna registrando uma homenagem ao grande e histórico coxa-branca Cândido Gomes Chagas, conselheiro vitalício do Coritiba, proprietário da revista “Paraná em Páginas” e “Curitiba em Páginas”, coautor da ideia de mudar o nome de nosso estádio de Belfort Duarte para Couto Pereira, falecido na semana que findou. Candinho, como era conhecido, pediu para ser sepultado com uma roupa verde e branca e suponho que a família atendeu. Ao “Candinho” minha homenagem e à família meus sentimentos.
Sou sócio, ajudo a construir o meu Coritiba.
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