Bola de Couro
Está se prolongando a novela Assis-Coritiba. O desenrolar das negociações vem se arrastando, em típica conduta que o irmão/empresário sempre manteve, lançando olhares sedutores para mais de um clube até que um se renda aos seus “encantos” e o resultado seja o que pretende.
Pois bem, como já devem ter percebido, sou incisivamente contra a contratação do indigitado.
Alinho as razões.
É efetivamente um ex-jogador que, desde a sua dispensa do Fluminense em 2015, por carência técnica, não encontrou outro clube que o quisesse, salvo o deslumbrado do Alto da Glória.
Vejam o que disse o jornal Estado de São Paulo em matéria sob o título “O triste fim de Ronaldinho Gaúcho”:
Ronaldinho Gaúcho acabou. Não joga como antes, nem se esforça, apesar do polpudo salário que abocanha no Querétaro, do México. Prefere se divertir nas noites, sempre rodeado de belas mulheres, a treinar no dia seguinte. Quando joga, seu rendimento beira ao ridículo. Diz a imprensa mexicana que das dez partidas do Torneio Clausura dessa temporada, Ronaldinho jogou apenas cinco – quatro como titular – se só atuou os 90 minutos em dois jogos. Um acinte aos que pagam seus salários e um desrespeito à sua própria história, consagrado que foi o melhor do mundo eleito pela Fifa em 2004 e 2005. O craque, parece, não está nem aí. Nem mesmo com o apelido que ganhou após noitadas e mais noitadas e desempenho pífio nos campos de futebol. De Ronaldinho virou ‘Robalinho’.
Há muito se mostra um boêmio inveterado que, conforme palavras do jornalista Pedro Ernesto Denardin, da rádio Gaúcha, que o conhece bem, “não tem mais força para atuar como jogador profissional por adotar um estilo de vida que vai na contramão da vida regrada os atletas”.
Ah, mas jogar futebol é como andar de bicicleta, nunca se esquece, diriam alguns deslumbrados provincianos do futebol paranaense. Argumento sem dúvida pífio, pois todo atleta depende totalmente de condicionamento físico e técnico, este alcançado somente com a manutenção regular em atividade.
Vamos então pagar alguns meses de polpudos salários até ele recuperar a forma no centro de reabilitação de ex-atletas do Coritiba, diriam outros. Meu Deus, quanta ingenuidade. O indigitado não quer jogar futebol e suas noitadas derrubariam todo o esforço que a comissão técnica tentasse.
Mas valerá a pena, pois vamos vender muitas camisas para torcedores iludidos. Quantas? Mil ou duas mil? A R$ 300,00 cada? R$ 300.000,00 ou R$ 600.000,00 que pagariam poucos dias dos salários do ex-jogador, lembrando que a receita da venda de camisas não é toda do Coritiba, pertencendo grande parte à empresa fornecedora.
Teremos mais sócios, disse o presidente. Outra ingenuidade e argumento sem apoio nos fatos. Associados os clubes conquistam com grandes equipes e grandes feitos. Em 2011, quando tivemos um grande time e títulos, contamos com mais de trinta mil sócios, hoje reduzidos a pouco mais de dez mil abnegados. E naquela ocasião não tínhamos nenhuma estrela, menos ainda decadente, mas tínhamos uma boa e vitoriosa equipe.
Na falta de melhor argumento, dizem que o clube será notícia no mundo. Sim, mas como um pequeno deslumbrado provinciano que expediu o seu próprio atestado de falta de grandeza. A repercussão seria a mesma se o clube trouxesse o Túlio Maravilha, exposição ao ridículo.
Decididamente a contratação do dito RG será um erro grosseiro e histórico de uma gestão que deveria usar o seu final para não terminar mais um ano de fracasso.
Voltarei com outras razões, se antes não receber a notícia de alívio do fracasso das negociações. Já esgotei o espaço, mas não os argumentos.
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