Bola de Couro
Em razão de acontecer em meio a um “feriadão”, de se tratar de jogo sem importância para a classificação dos clubes – nem mesmo a geral, pois o Coritiba já garantira o primeiro lugar de “tala erguida” como dizem os turfistas - e por entrar em campo o com uma escalação de teste, com quase só jovens desconhecidos, poucos assistiram à partida do Coritiba contra o Roma-Apucarana na cidade do mesmo nome.
Pois bem, como quase ninguém falou sobre o jogo, falo eu.
Na verdade foi uma partida sem muito brilho, mas alguns fatos devem ser destacados.
Promessas. Em primeiro lugar, alguns jovens podem ser vistos como promessas, nenhum ainda como certeza de que logo ali será aproveitado como craque e tampouco que deve ser descartado. Há que se dar novas oportunidades e devem ser melhor observados. Entre os que pareceram, digamos assim, melhores promessas estão Lucas Claro, que no ano passado já entrou muito bem em algumas partidas, Rafael Silva, que igualmente já mereceu algumas oportunidades e em algumas se destacou e em outras não e Djair. Outros, como Vinícius, Artur e Diego, estão no grupo das promessas a ainda serem melhor observados. Primão, com o qual me encantei nos campeonatos das categorias de base que pude ver, quase não teve tempo para mostrar seu futebol. O único que me pareceu, até porque já entrou por alguns minutos na equipe principal, que talvez não tenha muito futuro, seria o Emerson Santos, mas mesmo assim é de cautela aguardar um pouco. Nenhum dos nominados, salvo Lucas Claro, parece-me que já se pode dizer tem lugar certo na equipe, se necessário o aprovietamento imediato. Mas por enquanto não vamos idolatrar e nem queimar nenhum dos garotos. Penso que estamos no bom caminho com essa base.
Dúvidas. Por outro lado, dois dos atletas que já integraram a equipe principal várias vezes geraram-me dúvidas pela atuação que tiveram. Renan Oliveira foi o melhor em campo, embora as atuações pífias anteriores. Será que estava inspirado, ou será que foi pela fragilidade do adversário, ou tem mesmo potencial, ou é tal como um vagalume que acende e apaga conforme o jogo (é de “lua”, como se dizia antigamente)? E o Caio Vinícius, pode repetir a boa atuação que teve nos vinte minutos em que participou do jogo? Ou foi também a fragilidade de adversário? Dúvidas.
As certezas. A primeira é a de que o Eltinho não tem mesmo nada mais para dar do que deu contra o Roma. Esperava-se que contra o desmotivado penúltimo time do campeonato, Eltinho pudesse se destacar em razão da condição de ser um veterano em meio aos garotos. Mas jogou o pouco que sempre joga. A segunda é em relação ao Marcel. Manteve-se, tal como fez desde que chegou ao Coritiba, parado, sem vibração, esperando que a bola chegasse aos seus pés ou cabeça, como se fosse um Romário ou coisa parecida. E quando ela chegava, o que fazer com ela? Parece que não gosta mais de jogar futebol.
Por fim, uma quase certeza, que lanço com um pouco de dor no coração, foi a atuação do Edson Bastos. Já foi ídolo, merece nosso respeito pelo que conquistou, mas desde as atuações em meados do ano passado não nos dá mais confiança. Falhou feio no gol do Roma e igualmente falhou feio no gol anulado. Dizer que estava sem ritmo de jogo é argumento que pode servir para qualquer jogador das demais dez posições da equipe, mas para o goleiro jamais, pois suas falhas podem ser irremediáveis. Imagine-se se em uma partida decisiva na Copa do Brasil ou nos atleTIBAS finais o Vanderlei sofrer lesão e o Edson Bastos entrar e falhar daquela maneira porque “está sem ritmo”? Inaceitável. Está na hora de ver se na base há um bom goleiro ou buscar outro no mercado. Sem, jamais, desrespeitar o Edson Bastos, que tem seu nome associado à história do Coritiba e dele deve sair homenageado. Para todos chega a hora de procurar novos ares. A vida é assim, ainda mais na dinâmica do futebol. Como dizia Che Guevara, de quem não sou admirador, mas a frase é boa, na vida às vezes “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!”.
Sou sócio, ajudo a construir o meu Coritiba.
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