Bola de Couro
O jogo em Londrina prometia ser tenso, tanto pela qualidade do adversário, como pela estimulação que sua torcida recebeu durante toda a semana, e ainda mais pela incitação prévia dos meios de comunicação locais que tentaram condicionar a arbitragem apontando uma suposta teoria da conspiração, talvez já antecipando justificativas para a derrota.
E tenso começou o jogo, com o Coritiba um pouco nervoso, recebendo dois cartões amarelos, e com cada equipe quase fazendo gol em bolas chutadas contra a trave. Porém, não demorou e o Coritiba conseguiu alcançar a serenidade necessária para segurar o Londrina e cadenciar o jogo, até que na segunda etapa, em lance de inteligência, o Alex mostrou suas armas e fez o gol da vitória.
Não foi uma grande exibição, mas foi a suficiente, necessária e adequada para a ocasião. Ainda esperamos mais do time, pois embora cientes de que nunca há jogo e nem adversário fácil – o jogo “se torna” fácil – necessitamos nos convencer de que a equipe está apta ou pelo menos em crescimento para ser protagonista nos campeonatos nacionais. A propósito, enquanto escrevia ouvi entrevista do Rafinha dizendo que nossa torcida é muito exigente e “muito chata”. Talvez ele tenha razão, embora com um pouco de exagero, mas todos devem entender que as expectativas criadas a partir do retorno à primeira divisão, das chegadas às finais da Copa do Brasil e de parte do elenco que foi montado para este ano são fatores que levam a esperar mais. Isso não significa que se vá desprezar a conquista de hoje. Jamais. Ainda que se mantenha a necessidade de a torcida ter maior convencimento e confiança, o Coritiba fez um bom e suficiente turno e é, sem qualquer dúvida, merecedor da conquista.
Para que não se diga que não falei da arbitragem, a análise dos quatro lances - três reclamados por eles e um por nós - exigiria que ocupasse muito espaço no texto e cansaria os amigos. Só posso dizer, em um apanhado geral, que foram lances controvertidos e que ocorrem em muitos jogos - já aconteceram contra nós - em relação aos quais cada um tem uma convicção, mas quis o azar que acontecessem todos no mesmo jogo. A propósito, cabe destacar a serenidade dos jogadores e comissão técnica do Coritiba que, em face do tumulto criado após o gol, não permitiu que ninguém se envolvesse como muitas vezes ocorre, evitando o risco de uma expulsão compensatória.
Já que hoje não analisei atuações individuais – tenho que ninguém decepcionou, mas também ninguém se destacou e o que importou foi o conjunto – vou me referir a uma atitude do Alex, no microfone do PFC, após o jogo. Disse o Alex que a sua carreira o autoriza a afirmar que temos um técnico bom e que com ele estamos no caminho certo. Partindo de quem tem um histórico muito bem sucedido nas costas e que já esteve sob o comando de técnicos consagrados, tal afirmação é alvissareira. Espero que a “Vox Alex” seja a “ Vox Dei”.
Vamos lá, Coritiba. O caminho para o tetracampeonato está aberto e a equipe tem tudo para conquistá-lo e crescer. Ser campeão estadual é muito bom, ninguém pode desprezar, pois em nível local ampliamos a hegemonia. Todavia, para quem deve pensar grande como queremos e o Alex alertou há poucos dias, embora nos traga muita alegria não será satisfatória neste ano só tal conquista. Vamos com serenidade, de degrau em degrau, de forma gradual e segura, mas em um crescendo de atuações que tragam a todos convencimento e confiança.
Em tempo: quando disse antes que ninguém decepcionou, havia me esquecido do gol perdido pelo Júnior Urso.
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