Bola de Couro
As notícias sobre a construção de um novo estádio ou reforma do atual Couto Pereira continuam. Pesquisas de meios de comunicação indicam que os torcedores do Coritiba têm como prioridade a reforma do atual estádio, seguindo-se na preferência a construção de uma arena Paratiba, depois um novo estádio, e por último, com ínfimos votos, a repartição do estádio entre os três clubes da capital com o Atlético.
Em 10 de setembro último escrevi uma coluna intitulada “Visionário?”, através da qual elogiei a inciativa do vice-presidente Alceni Guerra ao ter como horizonte a construção de um novo estádio ou reforma do atual. Em 14 do mesmo mês, em contraponto ao pensamento divergente do ex-presidenteGiovani Gionédis, lance o texto “Entreguista” onde discordei totalmente da postura daquele ex-dirigente que via como solução para o futebol paranaense o compartilhamento do estádio do rival rubro-negro pelos três clubes.
Pois bem. Nos últimos dias, em que pese pesquisas com os torcedores tenham indicado que a opção pela denominada “Arena Paratiba” não seria a preferência dos torcedores, crescem notícia em tal sentido, em especial sobre ter um vereador proposto encaminhamento de concessão de potenciais construtivos para a dupla Coritiba e Paraná (veja aqui), parecendo que o clube das fusões estaria bem mais interessado, o que não é de estranhar sabidas as grandes dificuldades financeiras e patrimoniais que enfrenta.
Penso que, se a opção por um estádio compartilhado entre os três clubes é absurda, ignora a nossa história e potencial, não merecendo nem sequer ser apresentada à torcida, com quase a mesma intensidade é a pela construção de um estádio novo em parceria com o Paraná. A diferença de grandeza entre o Coritiba e aquele clube é abissal. Nossa história é incomparável à deles. Somos um clube centenário autêntico desde o seu nascimento, sem fusões e nem cópias. Temos, enfim, personalidade, quesito que, com o perdão dos meus amigos paranistas, aquele clube é um tanto carente, pelo menos na comparação conosco. Se o Coritiba se apequenar para ter uma casa conjunta com qualquer outro clube, estará ferindo gravemente a sua história e personalidade.
Razões financeiras e econômicas, dirão? Mas se nós não nadamos em dinheiro, o que se pode dizer do Paraná Clube, que vive de crise em crise, chegando ao ponto de precisar reunir o que chamaram de “paranistas do bem” (existem paranistas do mal?) para fazer uma coleta de uns poucos reais? Se temos um patrimônio invejável, valiosíssimo, que talvez seja suficiente para pagar um estádio novo, o que teriam eles para somar? Um estádio de pequeno porte, cuja propriedade há muito é discutida judicialmente? Outro, menor ainda, que há poucos dias foi arrematado e só não passou às mãos do adquirente por pouco? Quadro social de pouco mais de cinco mil sócios (dados de 2013, talvez inferiores hoje) contra o nosso de quase trinta mil? Torcida marcantemente inferior?
Ora, que mau negócio é esse, onde se tenta uma sociedade com alguém que quase não tem capital e nem moeda? Definitivamente seria um péssimo negócio em termos comerciais, sem contar com o abalo na imagem do nosso clube e da autoestima da torcida. Se a opção for por um novo estádio, o nosso praticamente pagaria o empreendimento. Por que então uma parceria?
Desde as imagens do último e belo atletiba, quando o estádio esteve quase lotado e nossa torcida mostrou a força e vibração que tem, e ponderando sobre as opiniões de muitos amigos leitores, abalei a minha convicção no sentido de que a alternativa por um novo estádio também seria interessante. O Couto Pereira é ímpar, um belo embora antigo e desgastado estádio. É a nossa casa desde 1932. A sua reforma, que poderia ocorrer tal como fez o Internacional de Porto Alegre – usado como exemplo pelo vice-presidente Alceni – é a melhor solução. Embora ignorante em assuntos técnicos, parece-me que uma renovação paulatina do estádio, talvez com fechamento de setores por algum tempo e total quando da conclusão, nos deixaria, tal como fez o clube gaúcho, com um estádio invejável, em especial pela localização.
Sem compartilhamento com outros clubes, ainda mais de menor expressão. Um estádio novo, mas mediante reformas, só nosso e condizente com a nossa história. Outro estádio, mas sempre só nosso, apenas e em último caso se a Prefeitura, de forma definitiva e irrecorrível, não conceder licença para a reforma.
É o meu voto.
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