Bola de Couro
Houve uma forte repercussão entre os torcedores do Coritiba em razão das recentes declarações do mais novo vice-presidente do clube, Alceni Guerra, no sentido de que entende que estamos atrás do Atlético e precisamos imitar o rival construindo um grande estádio e melhor qualificando o time para, literalmente como falou, “não ficarmos eternamente em segundo, sujeitos a perder a nossa importância”. Disse ainda, fazendo uma analogia com a Medicina, que embora o diagnóstico às vezes doa, sem ele não há como curar o paciente.
Mas disse mais. Quer ver o time logo assegurado na série A do campeonato brasileiro e fazer crescer o quadro de sócios tendo presente o potencial da torcida do Coritiba, de modo a se aproximar dos números do Internacional, Palmeiras e Grêmio, clubes que atraíram associados em razão dos novos e confortáveis estádios que construíram. Com isso, sem dúvida cresceremos.
Parte da torcida do Coritiba não gostou de tudo o que ele disse, mas vamos a uma reflexão serena a respeito.
Penso que, descontados alguns exageros ou impulsividade, a fala do novo dirigente deve ser bem recebida.
Claro que não gostamos que digam que “somos” o segundo. Não somos. No momento em termos patrimoniais e na talvez fugaz classificação do campeonato brasileiro “estamos” em segundo, Mas mesmo assim, com todo o patrimônio o rival tem uma dívida consolidada de aproximadamente o dobro da nossa. Nossas conquistas em campo são maiores do que as deles. Empate em conquistas nacionais, mas temos bem maiores conquistas estaduais e nos confrontos diretos.
Porém, e isso não pode ser negado, o rival tem mais potencial para crescer do que nós, principalmente em razão do moderno estádio que um dia, quando melhor gerido o clube, deverá atrair um considerável número de sócios. Com um bom número de sócios, renda mensal certa e possibilidade e segurança para planejar gastos a médio prazo e até a longo prazo, com consequente crescimento.
Não desconheço que nos últimos vinte anos nos foram anunciadas dezenas de tentativas de reforma ou construção de novo estádio, todas frustradas. Houve época em que quando o time fracassava sempre um dirigente anunciava a construção do novo anel da Mauá ou até um novo estádio tentando iludir a torcida.
Espero e confio que não se trate de mais uma venda de ilusão e que a manifestação do Alceni Guerra tenha sido a de um visionário, um ousado. Sem sonhar e desejar nada se alcança. Não se deve nunca limitar os sonhos. Alcançá-los depende de desejo e planejamento. As grandes mudanças na História foram feitas por líderes visionários, audazes e sonhadores. Os que viveram no que se chama de zona de conforto e não quiseram ousar, no máximo mantiveram o status que encontraram e em nada avançaram.
Temos potencial para crescer muito. Para construir um novo estádio temos uma moeda de troca que o rival não teve, qual seja o valor do atual, certamente muito alto para qualquer outro empreendimento em razão da localização privilegiada dentro de Curitiba. Para alcançar novos sócios antes do novo estádio, campanhas motivadoras e vantagens oferecidas certamente levarão ao sucesso. Depois, virão ao natural.
Vamos sonhar como o Alceni. Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, quem sabe concreto e realidade amanhã.
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