Bola de Couro
Sábado, com cara de missa de sétimo dia, teremos a eleição da nova direção do Coritiba. Provavelmente com baixa participação dos associados, uma vez que os torcedores estão se sentindo feridos de morte com o rebaixamento.
E o que esperar em uma hora dessas?
Sonhamos com uma gestão moderna, competitiva, com modo de pensar grande. Uma gestão que coloque o Coritiba no mínimo no estágio que ocupou nos anos 1970/1985. Uma gestão que não tenha em seus quadros pessoas que procuram se servir do Coritiba em lugar de servir ao clube. Sonhamos com uma gestão inovadora que entenda que os tempos são outros daqueles em que o Coritiba era comandado pelo Evangelino Neves. Queremos uma gestão que não nos envergonhe com práticas como as de contratar figuras bizarras e gordas, ou de sonhar com o aposentado Ronaldinho Gaúcho, e muito menos que pense que pagando alto salário para um nome conhecido para andar pelo mundo o clube terá projeção. Buscamos que de uma vez por todas o Coritiba passe a ser respeitado no cenário nacional, nos corredores da CBF e na mídia do centro do país. E que pense grande, não aceite o papel de mero coadjuvante.
E as chapas que se apresentam podem efetivamente nos dar isso? Prometer, prometem. Mas isso vem acontecendo há dezenas de anos. Algumas gestões começam bem, como foram as primeiras fases do Gionédis e do Wilson, para em seguida frustrar a torcida com fracassos, riscos de rebaixamento e este às vezes se concretizando. Outras, como a atual, começaram e terminaram mal.
Confesso que, embora todos devamos dar um voto de confiança ao grupo que venha ser eleito, pelo que até agora vi de currículos e plataformas (estas quando há), não há como se entusiasmar com qualquer uma das candidaturas.
Eu não poderei ir votar, tenho um compromisso inafastável aqui em Porto Alegre, mas mesmo assim penso que posso dizer aos que me brindam com a leitura dos meus textos, que votem sem se iludir com promessas de alcançar o céu logo ali. Não, o Coritiba está no inferno da segunda divisão e para nós o céu só se abrirá depois de ocorrer uma verdadeira refundação do clube, mais do que uma revolução. Votem mirando o Coritiba e não compromissos de amizades, influência de torcida organizada, de ex-craques e de currículos extra-futebol.
Ainda que o que foi apresentado até agora não permita entusiasmo com esta ou aquela candidatura, espero que os associados saibam escolher o grupo que tenha as melhores condições, por mínimas que sejam, de projetar e administrar o Coritiba a médio e longo prazo, com visões e alvos grandes e condutas pessoais honestas em todos os sentidos. E, claro, que o vencedor saiba ir das visionárias promessas de campanha para uma realidade positiva concreta e alcançável.
Fora disso não parece haver salvação e o caminho poderá ser pior, o de levar o Coritiba a cada vez mais ser menor. Dificilmente uma eleição foi tão importante como a de sábado. Mas os nomes e currículos que se apresentam não entusiasmam. Quero muito estar enganado, torço para que dê certo e o grupo vencedor nos surpreenda. E prometo que darei um voto de confiança para os eleitos e torcerei muito para que acertem e suas propostas sejam factíveis.
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