Bola de Couro
A atuação do Coritiba no jogo de sábado contra o Avaí foi primorosa, como há muito não se via. Não vou entrar em detalhes analisando o jogo, tanto porque muitos já o fizeram, como porque em razão de viagem só hoje pude escrever e não cabe chegar aqui como o Rubinho Barrichello.
Resumidamente, o Coritiba esteve em noite inspirada, na qual até o Tiago Real jogou bem – e fez gol! – com destaque para o Thiago Carleto e especialmente o Alan Santos. Mas não esqueçamos que o adversário não é dos mais fortes e esteve em noite sem qualquer inspiração, o que pode ter facilitado as coisas. Isso não tira o nosso inegável mérito, mas é bom que nos conscientizemos em razão dos limites da nossa equipe.
Conquistamos dez pontos em doze disputados, uma “campanha de campeão”, mas temos que manter os pés no chão e saber que ainda não nos livramos do rebaixamento, estando sobre o fio da navalha, uma vez que qualquer tropeço que coincida com sucesso dos adversários diretos nos jogará de volta na temível zona da morte.
Vejo os torcedores empolgado, alguns eufóricos, mas vamos com calma.
Dá para confiar na equipe, parece que se encontrou. Dos dez pontos conquistados quatro foram fora de casa e três deles contra uma equipe que está disputando vaga para a Copa Libertadores. Vasco, Avaí e Sport não têm grandes times, pode-se dizer, mas nem por isso são “de matar com a unha”. O Sport nos venceu aqui e o Avaí até agora tinha uma boa campanha fora de casa. Mas não esqueçamos que neste campeonato perdemos pontos, inclusive em casa, para equipes que em tese seriam mais fracas, e o fato de agora conquistar pontos diante delas, parte deles jogando fora de casa, é auspicioso.
Fazendo analogia com uma escada, na qual o rebaixamento é o piso e a zona de conforto o final da subida, vemos que estamos mais próximos do piso do que do topo. Qualquer tropeço somado a vitórias dos adversários diretos, repito, poderá nos levar ao rés-do-chão.
Pessimismo? Não, apenas cautela, uma vez que o passado recente do Coritiba neste campeonato aconselha a não ter a euforia que vi em alguns. Ainda temos muito o que fazer para alcançar tranquilidade de afastar o risco de rebaixamento e, quem sabe, beliscar vaga para disputar a Sul-americana, se não for desejar muito. Temos que nos focar sempre no próximo jogo, esquecendo momentaneamente os subsequentes, fazer a nossa parte e não ficar dependendo dos maus resultados dos concorrentes.
Confio, mas insisto, vamos com calma, subindo um degrau de cada vez.
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