Bola de Couro
Em 2008, após ajudar o Coritiba a retornar à primeira divisão no ano anterior, em jogo dramático no Recife, René Simões, então técnico do time, tendo como diretor de futebol João Carlos Vialle, escreveu, com apoio no sucesso que teve, o livro “Do caos ao topo, uma odisseia coxa-branca”. Como um permanente interessado nas coisas do Coritiba eu comprei, conhecendo alguns bastidores da campanha de 2007.
Agora, em 2022, René Simões voltou ao Coritiba, mas como diretor de futebol, ou como de modo pernóstico se diz, “head esportivo”. Como está ainda fresco em nossa memória, fracassou rotundamente, em que pese o insucesso possa ser divido desde a alta direção até a alguns jogadores.
Em sua gestão o clube passou a contar, se não errei a conta, com quarenta e quatro jogadores (Val, Luciano Castan, Léo Gamalho, Willian Farias, Talison, Márcio, Bernardo, Bruno Gomes, Biel, Jesus Trindade, Juan Diaz, Robinho, Maicky, Hernan Perez, João Vítor, Neilton, Henrique, Alex Muralha, Matheus Alexandre, Egídio, Alef Manga, Pablo Garcia, Gabriel, Marcão, Biro, Nathanael, Rafael Santos, Rafael Willian, Regis, Guillermo, Warley, Andrey, Diego Porfírio, Nathan Mendes, Galarza, Fabrício Daniel, José Hugo, Tony Anderson, Adrian Martinez, Mateus Cadorini, Boschilia, Chancellor, Luizão Angelo). Destes quatro foram afastados por questões extracampo e outros quatro colocados no intercâmbio com o Norwich. Alguns são do elenco do ano passado e outros tantos contratados neste ano. Poucos se saíram bem e merecem a confiança do torcedor.
Lembro que o falecido presidente Follador ao assumir encontrou um plantel com cinquenta e seis jogadores e afirmou que reduziria para trinta e cinco, número ideal, segundo ele. Nesta semana, o novo técnico Guto Ferreira disse que não vê com bons olhos um elenco que tenha quatro jogadores para a mesma posição.
Enfim, este é uma radiografia de um dos tantos problemas que levaram o Coritiba a estar na posição em que está na tabela do campeonato e isso passou muito pela atuação do diretor de futebol que participou das contratações de alguns atletas que não estão à altura do Coritiba forte que todos queremos.
Antes de finalizar, um exemplo concreto da falta de critério para algumas contratações.
Quando o Coritiba estava por contratar o já lesionado Boschilla, consultei alguns amigos colorados, conselheiros do Internacional, e as referências foram ruins, tanto pelo mau futebol como pela história de sofrer sucessivas lesões. Um dele me indicou um áudio vazado em que o preparador físico Paulo Paixão (campeão do mundo pela seleção brasileira e pelo Internacional e algumas vezes campeão da Libertadores, dentre outros tantos títulos), disse que o Boschilla era um “enganador”. Veja aqui Foram nesse diapasão muitas das contratações deste ano, aprovadas ou supervisionadas pelo René Simões como diretor de futebol.
Vai ser difícil para a direção e o novo técnico juntar os cacos desse vaso quebrado. Teremos que confiar e pensar positivamente, esperando que, conseguindo escapar do rebaixamento, a lição tenha sido aprendida e os mesmos erros não sejam repetidos.
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