Bola de Couro
O atual time do Coritiba não desperta nenhuma confiança no torcedor. Composto por muitos atletas que não têm qualificação para um campeonato forte como o brasileiro da série A, por outros que ainda que tenham alguma “bola nos pés” são veteranos e se lesionam com qualquer vento encanado ou garoa, e ainda outros que parecem desinteressados, certos de que, como o clube vem pagando seus salários em dia, isso é suficiente.
As perspectivas de um novo rebaixamento são intensas. Temos um time que não vence fora de casa – sofridamente conseguiu a penas dois empates – e que mesmo como mandante tem se apresentado mal ou no limite para uma ou outra magra vitória.
Restam-nos onze partidas, das quais temos que conseguir, em tese, em torno de quinze pontos para respirar com alívio, ou seja, pelo menos quatro/cinco vitórias ou três/quatro vitórias e cinco/seis empates. Digo “pelo menos”, pois se os clubes que estão no pelotão de baixo da tabela começarem a se recuperar, talvez sejam necessários mais pontos.
Desses jogos, atuamos como mandantes em cinco deles, três contra nada menos do que o Internacional, o Flamengo e o Corinthians, times muito mais fortes do que o nosso. Há também o atletiba, com mando de campo do rival, mas é um jogo em que o fator local nem sempre atua com muita intensidade.
E ainda temos pelo caminho, fora de casa, o poderoso Palmeiras e adversários diretos na luta pelo rebaixamento São Paulo Fortaleza e Cuiabá. Contra este, o último jogo do campeonato, que se chegarmos vivos até lá poderá ser decisivo, mas traz a triste lembrança de 2017 quando fomos rebaixados em razão da derrota, na última rodada, contra a Chapecoense, em jogo no qual o nosso goleiro falhou decisivamente.
Enfim, a situação é muito preocupante e as chances de rebaixamento são maiores do que as de manutenção na série A. Não dá para se entregar antecipadamente, mas que está muito difícil, isso está.
Por isso, diante da má qualificação e apresentações do time, penso que o que nos resta com mais probabilidade de evitar o fracasso é a força da nossa torcida, que tem o lema de ser a que nunca abandona. A torcida correspondeu em todo o campeonato. Chegamos ao recorde de 42.000 associados e em quase todos os jogos em casa mantivemos público em torno de 20.000 por partida, uma das melhores médias entre todos os clubes.
Torcida sozinha não ganha jogo, mas ajuda muito. O time não é confiável e nos desanima? Sem dúvida. Mas o Coritiba não é o atual time e não é a sua direção e sim somos todos nós, torcedores. Cabe-nos ajudar na tentativa de recuperação, enchendo o estádio nos jogos com nosso mando, vibrando até o último minuto e carregando o time nas costas, pois se não der certo o fracasso não será desses alguns descompromissados e outros desqualificados que envergam a nossa camisa, mas de todos nós.
Não vejo outra saída.A começar quarta-feira contra o Ceará.
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Já ocupei o meu espaço, mas não posso deixar de registrar que entendo um erro renovar com o Alef Manga por três anos.
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