Bola de Couro
O Coritiba deu um importante passo rumo a uma nova era ao assinar contrato com um fundo de investimentos gerido pela Treecorp Partners, que será responsável pela quitação total de seu endividamento, além de investimentos por meio de sua SAF, em montante total superior a R$ 1,3 bilhão.
Aguarda-se a aprovação do Conselho Deliberativo, da Assembleia Geral de Sócios e do Juízo da Recuperação Judicial para que efetivamente se concretize a mudança.
O assunto tem gerado debates nas redes sociais e entre jornalistas, com a maioria otimista e alguns temerosos e com dúvidas. A verdade é que é o caminho certo e talvez único encontrado para superação das tantas dificuldades financeiras que se acumulam no passivo do clube há muitos anos e que impedem avançar. Se vai dar certo, o tempo dirá, mas tudo indica que sim.
O futebol moderno não tem mais o romantismo do passado (para o bem ou para o mal), quando dirigentes, tal como fazia o saudoso Evangelino Neves, iam até Santos e de lá voltavam com Oberdan, Negreiros e outros, deixando em seu lugar cheques ou notas promissórias. Hoje um clube de futebol que queira alcançar voos altos não pode mais agir assim. Os dirigentes devem saber administrar o clube com visão moderna e encontrar caminhos para o futuro como parece ser a SAF.
A SAF dará certo? Será nossa redenção? São dúvidas que só o tempo esclarecerá, mas pelo que se vê o Coritiba soube alinhavar a passagem da sua condição com prudência e serenidade, procurando ressalvar os interesses do clube centenário.
Assim é que no decorrer de dez anos o investidor aportará R$ 270 milhões para a quitação do endividamento total do clube,
R$ 100 milhões para a construção de um novo centro de treinamento,
R$ 550 milhões para a modernização do estádio Couto Pereira e
R$ 450 milhões para investimento no futebol
Para os padrões do futebol brasileiro é um expressivo valor, investimento superior ao dos demais clubes que já se constituíram em SAFs, inclusive o Bahia que fala em 1 bilhão enquanto nós em 1,37 bilhão.
Se a estabilização do clube depende da quitação das dívidas e do aporte de novas receitas, certamente isso se refletirá no futebol propriamente dito, sem contar no patrimônio com a renovação do nosso estádio e do Centro de Treinamentos. Ou seja, em médio e longo prazo sucesso do clube.
À direção do clube expresso meus votos de confiança e reconhecimento pelo que tem feito desde o pedido de recuperação judicial. Se ainda não houve sucesso no campo de futebol, certamente logo superaremos isso com nova forma de administrar. De justiça reconhecer a coragem da atual gestão quando “não empurrou com a barriga” as dificuldades do clube, mas as enfrentou.
Penso que o Coritiba está sendo refundado, pois a medida não traz consigo somente reformas, mas principalmente fará com que um novo Coritiba nasça. Estou muito esperançoso e quando da assembleia geral vou votar pela aprovação. Parafraseando o nosso hino, lá no alto de tantas glórias espero que logo brilhará um novo sol.
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