Bola de Couro
Todos já temos conhecimento de que os associados do Coritiba serão chamados para votar, de modo on line, em assembleia geral designada para o próximo dia 03 de outubro, quando deverão responder se concordam com o adiamento das eleições do clube para após o término do campeonato brasileiro, e em consequência com a prorrogação dos mandatos da atual diretoria.
Antes de mostrar o que penso sobre o assunto quero louvar a mesa diretora do Conselho Deliberativo do clube que, à vista de pedido formulado por alguns conselheiros no sentido de que o próprio órgão definisse o adiamento das eleições e a prorrogação dos mandatos, entendeu que o tema deveria ser analisado e decidido de modo democrático, qual seja em assembleia geral dos sócios, tal como previsto no estatuto, por se tratar de busca de reforma deste, a qual só pode ocorrer através órgão associativo maior, na linha do pensamento que já manifestei aqui.
Pois bem, sou contra tanto o adiamento do pleito como a prorrogação do mandato, e assim vou votar. Os argumentos dos que defendem a ideia até aqui não me convenceram.
Dizer que se a disputa ocorrer na data prevista pelo estatuto isso poderia ocasionar prejuízo ao clube, pois se estaria na fase final do campeonato brasileiro, é desconhecer que, com tudo o que a atual gestão mostrou, o risco de perda é maior em estando ela no comando. Se o Coritiba vier a ser novamente rebaixado (vade retro), o ônus sempre será do grupo que esteve no poder nesses três anos e não do que assumir. E se os atuais dirigentes são bem-intencionados (e não duvido que sejam, embora maus gestores), jamais iriam deixar de querer salvar o que restar da gestão, independente de que seja o vencedor do pleito. Além do mais, com a eleição no final de fevereiro ou em março é certo que a campanha eleitoral, já deflagrada (embora por enquanto com pré-candidaturas e sem apresentação de chapas), estaria no auge um mês antes das eleições, em momento que poderá ser decisivo para a classificação do time, e aí sim a cizânia se daria em momento crítico.
Não custa lembrar que outros clubes também têm eleição para o final deste ano, e não se vê notícias que que pretendam adiá-las a pretexto de “salvar” o campeonato. Assim acontecerá com Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Corinthians, Goiás, Internacional, Santos, São Paulo, Sport e Vasco da Gama, onde os atuais mandatos terminam em dezembro. Nas buscas que fiz não encontrei notícia de adiamento e prorrogação de mandatos desses clubes, pelo contrário, muitos têm data confirmada.
E não concordo com a opção de que que se mantida a data da eleição como atualmente prevista pelo estatuto, os novos mandatários só assumam após o final do campeonato brasileiro. Se a data das eleições for jogada para o final do campeonato, por óbvio a posse dos eleitos deverá se dar depois. Mas se a decisão da assembleia geral for pela manutenção da eleição na data estatutariamente prevista, sem dúvida a posse dos novos dirigentes deve ser também na ocasião tradicional. Parece-me ilógico e antinômico querer a eleição já em dezembro, mas a posse somente depois de três meses
O artigo 105 do nosso estatuto, em seu parágrafo primeiro, prevê que os mandatos tenham três anos de duração. Se a opção for por realizar a eleição e consequentemente a posse só no final do campeonato, ter-se-á a decisão como criadora de disposição transitória, a vigorar só agora, no que não vejo maior problema. Mas repito, se a decisão for pela eleição na data estatutariamente prevista, não terá sentido alterar a da posse e nem o encurtamento do futuro mandato.
Mas ainda é tema para debate, talvez quase tão intenso como será o da disputa eleitoral propriamente dita. Como sempre, estou aberto a ouvir argumentos contrários aos meus.
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