Bola de Couro
Tivemos uma apresentação razoável contra o Santos, em que pese pudesse ser melhor.
Desta vez a defesa se portou bem e depois de muito tempo não tomamos gol. A meia cancha ainda é um ponto fraco, uma vez que o Galdezani está confirmando que foi apenas um cometa que logo caiu. A entrada do João Paulo pouco somou, mas se nada jogou e pouco participou pelo menos desta vez não entregou bolas fatais para contra-ataques dos adversários (na verdade, para não desfazer a sua fama entregou uma, mas logo nos recuperamos). O único que anda bem é o Alan Santos, que ontem não só desarmou como criou e teve uma excelente oportunidade de gol impedida pela trave. O ataque foi inoperante, salvo uma boa oportunidade do Iago, mas no mais as chances de gol foram originadas por chutes do Alan Santos e do Carleto, enquanto Alecsandro foi o mesmo de sempre e o Neto Berola uma decepção, com marcante egoísmo em uma bola que deveria ter entregue para o companheiro mas preferiu chutar o ar bisonhamente.
Ao final do jogo, o Marcelo Oliveira afirmou que considerando o potencial do Santos foi um bom resultado. Transitando por rádios de Curitiba logo após o jogo, ouvi um comentário no sentido de que o resultado era positivo, pois “afinal, era o poderoso Santos”.
Sim, o Santos é um clube poderoso, detentor de inúmeras glórias desde o tempo do Pelé. Mas tanto ou quase como ele são outros onze clubes do atual campeonato. Então, sempre que empatarmos em casa com qualquer um desses o resultado pode ser considerado bom?
Ora, amigos, isso é o que o Nelson Rodrigues denominava “complexo de vira-lata”, que a seleção brasileira só superou em 1958. Ou seja, pensar pequeno e valorizar demais o adversário. Empate fora de casa contra um dos denominados ou se se dizentes “grandes” sempre pode ser um bom resultado, mas em casa, convenhamos, aceitar como normal é ser submisso e excessivamente humilde. Temos limitações, sim, mas o fator Couto, presente em outras temporadas, deve se impor.
Nada está perdido e tudo ainda é possível (exceto o título não vamos exagerar). Mas não podemos esquecer que em vinte e um jogos até agora tivemos apenas sete vitórias, cinco delas contra times que estão nos últimos lugares (Atlético-Go, Vitória, São Paulo, Chapecoense e Avaí), uma contra um que na ocasião também estava (o Atlético-Pr) e outra contra uma equipe que não está fazendo jus à expectativa do início do campeonato (Palmeiras). Se continuar assim, e se o pensamento for o de considerar empates em casa bom resultado, será muito difícil crescer na tabela.
Mas sempre há esperança. Kléber deverá voltar – e espero que jogue a vida para compensar a bobagem que fez desfalcando o time por tanto tempo – Anderson retornou e Werley logo voltará, havendo ainda a expectativa dos novos contratados oriundos do Santos. Como, embora mesmo no sofrimento sempre nos iludimos com alguma sobra de paciência e esperança, aguardemos e torçamos.
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