Bola de Couro
Como é bom vencer atletibas. Sim, falo no plural, pois com a vitória da última quarta-feira o empate ontem foi outra vitória, até porque jogamos quase a metade da partida com um atleta a menos.
Além das atuações individuais, que vou analisar em seguida, nos dois atletibas pareceu-me ver finalmente, depois de tantos anos, um time que começa a ter personalidade, atletas que se doam, e um conjunto harmônico, enfim, uma equipe que parece confiável. Claro que ainda é muito cedo para euforia, até porque o Coritiba às vezes nos surpreende com más apresentações (já o chamei de ciclotímico), mas tudo indica que estamos no caminho da redenção. Time estruturado e clube se estruturando a partir da recuperação judicial em andamento. O caminho ainda é longo e difícil, mas, como disse o poeta, “o caminho se faz ao caminhar”.
Voltando às atuações de ontem e de quarta-feira, o Alef Manga foi uma das estrelas, se não a estrela, com três gols marcados, parecendo que se consagrará como um “homem atletiba”, ou seja, daqueles jogadores que são carismáticos nos clássicos. Excelente atuação. Aliás, “Alef”, uma corruptela da palavra hebraica “Aleph”, equivale à primeira letra do alfabeto e significa força, poder e liderança.
E se futebol, como diz o lugar-comum, é momento, que momento esse o do Alex Muralha. Depois da falha grotesca no jogo contra o Maringá soube se recuperar, atuando com perfeição nos dois clássicos e, o que é importante, não se abateu mesmo quando no primeiro atletiba a torcida adversária entoou cânticos para desestimulá-lo. Ontem foi um dos responsáveis pelo resultado e por pouco não defendeu até o pênalti.
Outro destaque do jogo, e que há muito está por merecer um gol, tantas são as vezes que por pouco não marca, foi o Igor Paixão. O menino está muito bem e mostra que gosta de jogar no Coritiba.
Como nada é perfeito, temos que encontrar uma solução para a ala esquerda. Um, Egídio, ataca muito bem e se dá muito mal na marcação. Outro, o Biro, é o oposto, defende bem e não sabe atacar. Como não dá para amalgamar os dois em um jogador só, convém encontrar outra solução para a posição. Enquanto escrevia essa coluna recebi a notícia de que o Coritiba estaria negociando a vinda do lateral esquerdo do Ipiranga-RS, Diego Porfírio. Não tenho convicção a respeito do seu futebol, em que pese a imprensa gaúcha o destaque. Quem sabe será a solução?
Vamos para as finais. Em tese somos favoritos, mas no futebol teses são destruídas constantemente. O time do Maringá é forte e lembro que o seu antecessor, o Grêmio Maringá, já nos tirou um título em pleno Couto Pereira em 1977. Com consciência de nossas limitações e confiança em nossas qualidades, vamos buscar o título que não conseguimos desde 2017.
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