Bola de Couro
Depois de duas más apresentações contra o União e o Operário, quando o medo pareceu maior do que a esperança, eis que ontem o Coritiba nos fez começar a sonhar com novos tempos.
É o início de temporada, quando maus e bons resultados podem ser ocasionais e muitas vezes nos enganar. Os primeiro jogos trouxeram algum desânimo, não pelos resultados, e sim pelas apresentações, mas a considerar o de ontem contra o Rio Branco, notadamente na primeira etapa, tudo indica que o time evoluiu e que o Morínigo se aproxima de encontrar a formação ideal.
O uso dos jovens pratas da casa, de forma gradual, é uma experiência que poderá dar bons resultados. Certamente nem todos corresponderão, mas se conseguirmos o sucesso por parte de alguns deles, de modo a que tenham lugar no time ou no banco de reservas, estaremos no bom caminho.
O goleiro Rafael Willian praticamente não foi exigido (deu-me um calafrio a bola que acompanhou com o olhar no começo do jogo, mas isso demonstrou que não sentiu a responsabilidade). Se ele é melhor do que o Muralha, o que não é difícil ser, ainda teremos que nos assegurar, mas em um quesito mostrou que sim, qual seja o modo de sair jogando, pois enquanto aquele parece que pisa em ovos sempre que tem que sair com os pés, o Rafael Willian mostrou frieza e consciência na prática.
Na defesa, todos bem e não propiciando sustos, sendo de ser ressaltado o bom futebol do Val na lateral direita (quem sabe está aí a solução enquanto o Natanael se recupera) e do bravo Gillhermo. O lance em que este, por falta de alternativas, cabeceou a bola no chão, com risco de levar um chute do adversário, como aconteceu, parece indicar que teremos um leão na nossa zaga.
Em que pese Alef Manga, Willian Farias e Léo Gamalho tenham se saído muito bem, destaque mesmo merecem o Regis e o Igor Paixão, que foram exuberantes. O passe – que modernamente se passou a chamar de “assistência” – do Régis para o Igor Paixão fazer o primeiro gol foi sensacional. E este último, além de fazer um belo gol, colocou a bola na cabeça do Léo Gamalho para o segundo tento como se o fizesse com a mão.
Enfim, a esperança parece ter voltado. Vamos com calma e serenidade. Alguns tropeções serão inevitáveis, assim como belas vitórias acontecerão. O importante é o time ter técnica individual aliada à tática e ir crescendo de modo a chegar nos campeonatos nacionais como time competitivo e não mero coadjuvante.
Algumas rápida observações.
O jovem Vinícius Ribeiro parece ter muito potencial, mas tem que aprender a jogar para o time e não para si próprio tentando lances espetaculares.
De repelir a moda que está firmada no futebol brasileiro, quando o goleiro, a cada defesa difícil, se joga no chão e pede atendimento médico, de modo a chamar a atenção da TV e de todos para a sua imagem. Ontem não foi diferente enquanto o jogo estava empatado. A partir do momento em que o Coritiba abriu e ampliou o placar, o inominado goleiro do Rio Branco nada mais sentiu em que pese tenha ainda praticado boas defesas. É um anti-jogo que deveria ser banido do nosso futebol.
Por fim, foi destaque ontem também a ausência do Matheus Salles.
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