Bola de Couro
Encerrou-se um ano difícil na história do Coritiba, com eliminação precoce e humilhante na Copa do Brasil, perda do titulo estadual para um time de aspirantes do rival, com alívio final pela obtenção, ainda que sofrida, do retorno à primeira divisão do campeonato brasileiro.
Os últimos anos foram tormentosos para a nossa torcida, pois desde 2012 quase só lutamos contra o rebaixamento – que de tanto procurado foi encontrado – com obtenção de dois títulos estaduais, importantes, mas no contexto do futebol atual não muito significativos. Tudo agravado pelo sucesso indiscutível do rival.
Erros foram cometidos, em parte por inexperiência dos jovens que assumiram a direção e em parte pela soberba que apresentaram como se o Coritiba tivesse nascido a partir da gestão. Mas administrativamente, reconheça-se, aos poucos houve acertos, a dívida está equalizada (atenção, não é sinônimo de sanada), o estádio muito bem mantido, promoções de marketing, a partir do ano passado, foram bem sucedidas trazendo a torcida para mais perto do clube e aumentando o quadro social.
É de se esperar que, como deve acontecer com quem sabe fazer autocrítica, tenha a direção aprendido com os erros praticados no futebol e o ano que se inicia seja de redenção, quem sabe um marco de uma nova história no Coritiba.
Para isso, importante manter o que deu certo na área administrativa e de marketing – com louvor para esta através de Rafael Seling – mas revisar conceitos no futebol.
De um lado, fazer com que o gerente de futebol desça do pedestal em que se mostrou na entrevista pós-subida para a primeira divisão e mais acerte do que erre nas contratações e renovações, que até agora parecem se encaminhar bem, especialmente na dispensa de alguns. A direção não deve lhe dar carta branca, ele é empregado do clube, e não pode agir sem consultar e dar satisfações.
E de outro, a direção, em especial o presidente, procurar ter uma visão mais adequada, evitando anunciar contratações que não passaram de intenções, como ocorreu há pouco, e nem anunciar valor de provável negociação de jovem revelação (que a rigor a torcida e o Brasil ainda não viram) de modo a ser teto. Claro, também descer do pedestal, dando satisfações à torcida através de entrevistas não só nas horas boas, mas especialmente nas difíceis, o que evitou, além de esquecer que, como sempre diz, se preparou para ser presidente. Animicamente talvez sim, mas escalando degraus na administração certamente não, salvo se esses dois anos ensinaram algo.
Mas dou a todos um voto de confiança e esperança, que espero a torcida também dê. Talvez o início do ano não mostre muito crescimento e devemos ter um pouco de paciência – um pouco – desde que a equipe mostre evolução no campeonato estadual e na Copa do Brasil. Ah, e nesta nada de ter como objetivo apenas chegar a oitavas de final, quem mira objetivos menores não alcança os maiores.
Feliz ano novo Coritiba!
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)