Bola de Couro
Nos meus 77 anos, dos quais desde que me conheço por gente torcendo para o Coritiba, já vivi sentimentos e emoções diversos em relação ao clube.
Euforia quando de grandes conquistas (múltiplo campeão estadual, campeão brasileiro), entusiasmo quando tínhamos um time que entrava em campo gerando confiança na torcida e se apresentava bem mesmo quando derrotado, decepção diante de algumas expectativas que não se confirmaram, rebaixamentos, vergonha como a passada quando da baderna no dia 06 de dezembro de 2009, indignação com arbitragens tendenciosas como nas finais da Copa do Brasil de 2012 e esperança renovada a cada ano com a formação de um novo plantel. Enfim, sempre algum sentimento o Coritiba me despertou, na fase boa ou na má, e mesmo nessas nunca deixei de acreditar que o momento ruim iria passar. Emoções nunca faltaram.
Pois nesta semana, e especialmente ontem, me surpreendi com um sentimento – ou ausência de – que nunca tivera, qual seja o de apatia.
Liguei a televisão para assistir ao jogo contra o horrível Brusque, sem nenhuma emoção e expectativa e estando pronto a aceitar, se fosse o caso, mais uma ausência de vitória.
Pois não é que o Coritiba venceu jogando fora de casa e mesmo assim não consegui me entusiasmar vendo em campo um dos piores times da nossa história (alguns dirão que é o pior)? Ontem, a partir da metade da segunda etapa o sentimento que me vinha na alma era o de temor quanto ao possível gol de empate do adversário, tantos foram as ocasiões que assim aconteceu e tantas as facilidades que nosso time permitiu ao adversário, que só não empatou, pois é muito ruim.
Certo, vencemos, dirão alguns, o que importa é a conquista de uma vitória fora de casa e os três pontos que nos afastaram um pouco da zona de rebaixamento. Não seja negativo, Rauen.
Mas amigo leitor, alguém pode ter ficado satisfeito com a apresentação do time ontem e há vários jogos? Alguém pode confiar que de agora em diante tudo será diferente? Um time que em todas as partidas vem apresentando o goleiro como o melhor em campo merece outra expectativa? Difícil.
Mas aguardemos, de modo realista, embora o pessimismo queira tomara conta das emoções, que as novas contratações se mostrem positivas, que o limitado treinador veja que há integrantes do elenco que não deveriam figurar nem no banco de reservas (Brandão, Bianqui et al.), e que um futebol pragmático, quando a busca do resultado tem que superar a desqualificação do time, deve ser a meta para nos garantirmos na série B, pois sonhar com retorno à A parece pedir demais.
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