Bola de Couro
Depois de apresentadas à torcida coritibana, em meados do ano passado, propostas e projetos para a construção de um novo estádio ou reconstrução do Couto Pereira, vem a diretoria do Coritiba anunciar que está a participar de tratativas, avançadas ao que parece, para venda do atual estádio e associação com o Atlético, com aporte dos resultados da alienação para o rival, passando a realizar os seus jogos na Arena da Baixada que eufemisticamente se passaria a ser denominada de Arena Atletiba.
Repilo a ideia e, ao que vejo das redes sociais, expressiva maioria da torcida do Coritiba, assim como do Atlético, também a rejeitam.
Como preliminar que considero fundamental e se confunde com mérito, observo que a atual diretoria não tem legitimidade – condição que autoriza a agir em determinado sentido - para decidir sobre a venda do nosso maior e histórico patrimônio com consequente absorção de fato do clube pelo Atlético-Pr, pois tal plataforma não constou nos ideários de campanha! A interrogação que lanço é: houvesse a chapa Coxa-Maior anunciado aos associados que tinha como meta a ideia que hoje estão gestando teria sido eleita? Sem dúvida não, teria sofrido uma derrota acachapante. Contraditoriamente, as propostas que levaram os associados a eleger a atual administração nem de perto foram alcançadas, nem preciso apontar os insucessos tantos que foram e são. Em política partidária se costuma dizer que se trata de engano ou estelionato eleitoral e os norte-americanos chamam de “giro político” ou policy switch.
Depois, registro estranheza com a notícia de que em 12 de dezembro último o Coritiba protocolou na Prefeitura Municipal pedido de autorização para demolição do Couto Pereira. A notícia refere que o objetivo seria construir no local um novo estádio, mas ao mesmo tempo não foi protocolado pedido de licença de um novo projeto, mas só o de demolição, o que é incompreensível ao bom senso. Autorizada e efetuada a demolição, como poderíamos ter segurança de que depois haveria como captar dinheiro para a construção do novo estádio? Não haveria então um argumento “ad terrorem” e maquiavélico para dizer à torcida que sem dinheiro para reconstruir não haveria como fugir da proposta do MCP? Não posso presumir isso, até prova em contrário se deve presumir boa-fé, mas que é estranho não se pode negar.
E ao mesmo tempo em que se reúne com o inteligentíssimo e arguto - e ao que dizem diretor inoficioso do Coritiba - MCP, a nossa direção lança notícias esparsas sobre possível novo estádio e as más condições do Couto Pereira. Parece acender uma vela para Deus e outra para o diabo, mordendo e assoprando. A sucessão de notícias não claras, contraditórias e muitas vezes negadas nos deixa confusos.
Muito estranho também que após apresentar aos torcedores e comunicadores, em meados do ano passado, seis projetos para um possível novo estádio, ainda em agosto a direção do Coritiba estivesse estudando proposta de estádio único com o senhor do Atlético, então não para vender o nosso e aportar os recursos para o rival, mas sim visando a que no local do Couto Pereira se erguesse um empreendimento comercial para exploração de jogos depois de legalizados, “hard rock” e hotel, com parceria do rival nessa iniciativa e nossa no estádio deles. Faço a afirmação com conhecimento seguro do fato.
Voltarei oportunamente com outras considerações.
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