Bola de Couro
Ontem, contra o Botafogo o Coritiba fez mais uma das tantas más apresentações dos últimos tempos, o que faz faltar ao cronista o que dizer a não ser que use o artifício de copiar textos anteriores.
Uma equipe desqualificada e sem ânimo para conseguir assegurar o placar favorável e nem se indignar com o mau resultado e reagir. Um grupo sem personalidade e sem a garra que talvez supriria a carência técnica.
Mas ontem não foi só a desqualificação e apatia da quase totalidade dos jogadores que levou a mais um fracasso. Ontem o Pachequinho concorreu decisivamente para isso.
Primeiro ao substituir o Galdezani, que realmente não estava bem, pelo Hugo Moura, que foi pior ainda, quando poderia ter usado o Matheus Bueno que pelo menos tem “pegada”.
Depois, o erro mais grave de todos, tirar o único jogador que tem criatividade no time e que quando não faz gol é quem constrói as jogadas para que outros façam, o Giovani Augusto, substituído pelo filho do Bebeto que nem lateral sabe cobrar como mostrou no penúltimo jogo. A imprensa nada disse sobre o Giovani Augusto ter sentido alguma lesão ou estar muito cansado, de modo que o que se pode concluir é que se tratou de uma opção desastrada do técnico interino, assim como foi o ingresso do Yan Sasse, comprovadamente sem futebol nem mesmo para time da série B.
E para coroar, quando poderíamos conquistar um ponto, que não seria solução mas pelo menos ajudaria um pouco a matemática, o Sabino desperdiçou o pênalti cobrando, como disse o amigo leitor Alvaro Rosa, tal como uma “gazela saltitante”. O modo como foi cobrada a penalidade mostra que o pensamento entre os atletas do Coritiba não se prende ao clube, ao conjunto, mas à individualidade. “Vou mostrar uma façanha para o Brasil, cobrando a penalidade de um jeito que ninguém cobrou ou cobra”, deve ter pensado o Sabino, esquecendo que na última vez que tentou assim também desperdiçou o gol. Uma pena que, afora a louvável homenagem ao Cléber Arado (a quem desejo saúde e pronta recuperação), antes do jogo o Sabino não tivesse visto como aquele cobrava as penalidades, sempre através de chute sem riscos e forte o suficiente para não dar tempo ao goleiro de ir na bola ou, se desse, levá-lo com ela para dentro do gol.
Enfim, nosso calvário se prolonga e a única esperança, não para a temporada mas para daqui a algum tempo, é a de que no próximo sábado os associados votem e afastem esse grupo fracassado – talvez o mais fracassado da história. Não que se espere milagre da nova direção, para a qual teremos que conceder um período de carência e paciência, pois corrigir tantos erros e reestruturar e refundar o clube não será tarefa fácil, nem mesmo em um ano.
Eu teria outras considerações a fazer sobre o elenco, o técnico e a direção, mas não vou me estender pois, confesso, me sinto pouco inspirado hoje. O nosso time atual consegue tirar o ânimo e as luzes de qualquer um.
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