Bola de Couro
O Coritiba atual, e não há pouco tempo, não é um time de futebol. Tem apenas um bando de jogadores, com raras exceções que confirmam a regra.
Contratamos mais de vinte jogadores no ano, contamos com mais de quarenta no elenco e raríssimos dão boa resposta. Alguns têm uma boa jornada aqui e outra ali, mas logo se perdem e mostram o que realmente são. A única exceção, o único em que sempre podemos confiar e que é estável é o goleiro Wilson. O seu destaque é bem uma amostra da fraqueza dos seus companheiros, pois em todos os times ruins o destaque é o goleiro.
Muitas contratações foram feitas a um custo altíssimo, sem quase nenhum retorno e cada vez mais afundando as finanças do clube. Salários como os do Kléber, Anderson e Alecsandro, por exemplo, estão no nível dos clubes de primeira linha, dos que têm dinheiro. E se ainda dessem respostas de modo a justificar os ganhos, talvez fosse compreensível. Mas não, um é destemperado e desfalca o time por quase um terço do campeonato; outro gordinho gosta de se lesionar e quando não pode trata de perder a cabeça para ser expulso, e assim puder cuidar da sua fazenda em Alegrete-RS; e o terceiro, sem dúvida um ex-jogador que nos iludiu com o sonho de reedição do Lela (pobre do Lela).
Consta que há outros salários altos, dentre eles o do João Paulo. Meu Deus, João Paulo! E ainda joga! Há algo misterioso para a nossa vã compreensão com o conceito que o João Paulo tem perante os técnicos que passam pelo clube. Sempre joga mal, já cometeu erros comprometedores, mas não sai do time. E será que é acaso o fato de que nos melhores – poucos – momentos do time – ele estava lesionado?
E todos esses compondo um bando de ciganos, estranhos às coisas do Coritiba (alguns só conhecem a tesouraria), pouco ou nada mais aspirando no futebol por estarem em final de carreira (para alguns ela já terminou, mas não se quer ver) e que a cada temporada encontram ingênuos para contratá-los. Raros são comprometidos e parecem que só pensam em encher as burras e depois pegar a sua mochila – como disse o Alecsandro – e ir embora.
E por falar em salários altos, não esquecendo os do Marcelo Oliveira (até agora outro custo-benefício deficitário), lanço uma indagação.
A Lei nº 12.527/2011, instituiu a obrigação de a administração pública se mostrar transparente perante a sociedade, inclusive obrigando a publicação dos salários e subsídios dos integrantes do serviço público, tudo em razão de serem pagos pela sociedade.
Pois já estaria na hora de ser editada uma norma que obrigasse os clubes de futebol a divulgar aos seus associados e torcedores – os verdadeiros donos do clube e que tudo pagam – os valores despendidos com cada contratação, não bastando contar em balanço o total da folha de pagamento (não se venha falar em inconstitucionalidade em razão do princípio da privacidade, o STF mandou às favas o princípio em se tratando de servidores públicos). Se não vier norma, seria uma conduta exemplar que mostraria com vigor a verdadeira transparência.
Costumo terminar os meus textos com ainda um alento de esperança. Mas hoje está difícil. Desta vez repito Victor Hugo: A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)