Bola de Couro
A palavra “bravura” tem o mesmo significado em português e espanhol. É sinônimo de valentia, coragem e intrepidez.
Pois esta foi uma expressão que certamente faltou ser pronunciada ontem pelo time do Coritiba.
Em futebol, notadamente em copas latinas, quando os jogos são eliminatórios e quando um time é tecnicamente inferior ao outro – e ontem o Coritiba o foi muito em relação ao Belgrano – há que compensar a deficiência com entrega, com bravura. São muitos os exemplos disso e os argentinos são mestres nesta arte.
Nosso time estava muito desfalcado, e parece que ficará assim por ainda algum tempo, e se esperava que superasse as deficiências com disposição e entrega extra, mas o que se viu, além do mau futebol, foi apatia de muitos atletas e até alguma displicência. Não sou dos que entendem que a “raça” é o primeiro fundamento do futebol. Raça sem técnica dificilmente leva a bom resultado, mas em competições como a Copa Sul Americana e a Copa do Brasil, o requisito é, sim, fundamental. Sempre, é certo, sem confundir disposição com deslealdade e violência.
Claro que para a má apresentação concorreu, além dos desfalques, um erro do nosso técnico - que tomara não volte às invenções que fez em outra passagem pelo Coritiba - ontem escalando o time com três volantes e um meia para jogar em casa, em contradição em relação ao último jogo fora quando agiu de modo contrário e teve sucesso. E ainda teve a infelicidade, ele e nós, de em poucos minutos sofrer um gol decisivo para o resultado da partida e para o ânimo do time por uma falha grave do novo escalado, talvez imaturo para um jogo tão importante.
E a propósito de bravura, parece que o Kazin pensa que pode conquistar a torcida com “caras e bocas”, muito falatório antes da partida e gestos teatrais durante ela. Seria recomendável que fosse bravo não só assim, mas na eficiência. E sem esquecer que “pênalti não é coisa que se perca”, como dizia em tempos muito passados, o jornalista Otelo, de O Globo (ou, como dizia o folclórico Neném Prancha, “pênalti é uma coisa tão importante, que deveria ser cobrado pelo presidente do clube”). O desperdiçar do pênalti foi o terceiro erro fundamental para o nosso insucesso ontem,
Mas não vamos nos entregar, com um pouco de arrumação do time, sem invenções e com muita conscientização sobre a maneira de jogar contra os latinos, especialmente os argentinos, quem sabe poderemos conseguir reverter o mau resultado? Como dizem os hermanos, “não está muerto quien peleia”.
Em tempo. Para não dizer que não vi pontos positivos, foi muito boa a apresentação do Nery Bareiro ontem.
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