Bola de Couro
Mais um resultado a entristecer a tão sofrida e fiel (novamente mais de vinte mil presentes no estádio) torcida coritibana nessa senda de tristezas que se acumulam.
Dizer o quê, além do que inúmeros torcedores já disseram nas redes sociais? Que não temos goleiro confiável – ruim com o Muralha, pior sem ele? Ou que a nossa zaga é fraquíssima tendo a marca de terceira mais vazada do campeonato, mais do que três dentre os clubes que estão na zona do rebaixamento? Ou que mais uma vez o técnico criou invenções, como o Fabrício Daniel como meia ou como quando jogou por vários minutos com dois volantes e quatro atacantes e sem ninguém para criar? Ou ainda que não pode ser mantido no time jogador sem participação e nem vontade como é o caso do Alef Manga?
Vou parar por aqui e chegar ao título da crônica.
O Coritiba precisa de um choque, seja ele emocional, técnico ou psicológico. Não é possível continuar assim, entra ano e sai ano. Temos uma direção dedicada, mas nem por isso com bons resultados. Todos sabemos das dificuldades que encontraram em um clube que foi mal gerido por muito tempo, mas se isso permite alguma compreensão, nem por isso é justificativa para novo fracasso.
Falta alguém com liderança e firmeza para dar um tapa na mesa – ou um pontapé na porta do vestiário (atenção, é linguagem figurada) - e procurar arrumar a casa. Um choque, seja na mudança da comissão técnica, seja no afastamento de jogadores, ou seja no aproveitar a “janela” próxima e, dentro de suas forças financeiras, trazer nomes que venham para vestir a camisa como titulares. Não será com frases de efeito bonitas que esse choque poderá ser dado
Como faço parte da geração dos torcedores saudosistas, que viveram épocas de glórias, teríamos que encontrar alguém como o supervisor Almir de Almeida nos anos 1970, ou Estevam Damiani nos anos 1980, ou ainda Edson Mauad na década de 1990, ou mesmo Vialle, por exemplo. Será que temos na direção alguém que possa fazer esse papel de dar um choque na comissão técnica e no elenco e arrumar a casa antes que seja tarde demais? Estaremos fadados a repetir 2017, quando fomos campeões estaduais vencendo ao rival na casa dele, começando o campeonato brasileiro muito bem para depois sofrer mais um rebaixamento?
Não escondo o desânimo e a depressão de que estou tomado hoje, perdoem. Não perco a esperança, nunca perdi, estou curtido. Sei que ela, a esperança é o alimento da alma, embora se misture sempre com o veneno do medo, como teria dito Voltaire. Mas hoje, com o quadro que estamos vivendo, está difícil ser esperançoso. Aguardemos passos da direção, que devem ser urgentes e ainda nesta semana, não dá para esperar. Novo fracasso no campeonato talvez seja irreversível na história do Coritiba.
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