Bola de Couro
Encerrada a partida de ontem, contra o Náutico, quando tivemos uma excelente apresentação, em especial na primeira etapa, lembrei que naquele mesmo horário, há exatos trinta e seis anos, com um dia de diferença, o Coritiba estava iniciando a conquista mais memorável da sua história. Sim, em jogo iniciado por volta das 22 horas do dia 31 de julho de 1985, o mesmo horário em que encerrado o de ontem, o Coritiba alcançou o título de campeão brasileiro, tornando-se o primeiro a partir da redemocratização do país. E com um detalhe, foi o clube que por mais tempo deteve o título, pois o campeonato de 1986 só terminou em fevereiro de 1987, ou seja, o Coritiba ficou por quase dezenove meses como o então último campeão.
Claro que aquela conquista ainda é insuperável na nossa história, mas dela lembrei ontem pois depois de muitos temores e incertezas vimos em campo um time com cara de time (perdoada a redundância).
Uma apresentação de gala na primeira etapa, com a equipe dominando completamente o jogo e tendo inúmeras finalizações além das duas que resultaram em gols, enquanto o Náutico não conseguia jogar.
Para a segunda etapa, de início em parte pelos ajustes feitos pelo técnico adversário e depois pela saída do Robinho, provavelmente por não ter condições físicas para terminar o jogo, o adversário incomodou um pouco, conseguindo um gol em falha da nossa zaga. O Robinho foi excelente, cadenciou e comandou o jogo, bem coadjuvado pelo Willian Farias e o Val.
Outro destaque da partida foi o Igor Paixão, que fez a sua melhor apresentação no Coritiba. Sempre abrindo a defesa adversária com seus lances velozes, marcando um gol e gerando o terceiro com preciso cruzamento decorrente da cobrança de falta que ele mesmo sofrera.
Enfim, foi uma apresentação na qual quase todos se destacaram. Léo Gamalho a referência de ataque de sempre. Luciano Castan, Natanael e Guilherme Biro muito precisos. Rafinha não entrou bem, mas jogou o suficiente para manter o ritmo do time. Henrique se atrapalhou um pouco quando do gol do Náutico, mas é o ponto de equilíbrio que dá segurança à nossa zaga. Wilson fez uma defesa fundamental em lance que se resultasse em gol complicaria a partida.
Houve nítida melhora no time, inclusive anímica, e gostaria de crer que veio ao natural, por evolução técnica e tática, e não por fatores outros.
Antes que alguém me censure por apontar a coincidência do momento da conquista de 1985 com a vitória de ontem (se estou forçando em razão do detalhe da diferença de um dia, pior para o detalhe), com dimensões marcantemente diferentes, digo que são eventos incomparáveis, sim, mas que a coincidência foi boa, isso foi.
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