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Bola de Couro
Começamos o campeonato com três vitórias consecutivas. Uma delas, contra o Foz, com uma primeira etapa de encher os olhos, e as demais jogando apenas o suficiente.
Tudo bem, é começo de campeonato, pode-se dizer. Temos que ter paciência, um bom time não se constrói da noite para o dia.
Nesse sentido, penso que está agindo bem o técnico ao fazer uma espécie de rodízio entre os atletas, salvo na zaga – ah, a zaga, falarei sobre ela em seguida. Já foram experimentados vários jogadores, em diversas posições, carecendo apenas do experimento de mais um ou outro jovem da base que não seja somente o Caio César, este, aliás, parecendo promissor.
Nesses experimentos temos surpresas agradáveis e confirmações do que já sabíamos.
Rodrigo Pinho e Marcelino Moreno talvez sejam os que melhor expectativa nos trazem, O segundo, Marcelino, se souber ser eficiente além das jogadas de efeito que pratica, deve ser o armador que há muitos anos esperamos.
Estamos bem de goleiro titular, mas seria importante ter outro reserva que não o inconstante Alex Muralha. A lateral direita está bem servida com Natanael e Nathan Mendes, enquanto na esquerda ainda temos que dar tempo para sentir se o Victor Luís é o nome para se firmar na posição.
Na meia cancha, além do Marcelino Moreno tem jogado muito bem o Jesus Trindade, e penso que quando o Andrei voltar será um setor que não dará dor de cabeça.
No ataque destoa o Robson, mas nós já sabíamos o que esperar dele. Muita individualidade, mais gols perdidos do que marcados e uma certa deslealdade no embate com os adversários.
Falo agora sobre o que a todos preocupa, a zaga. É o único setor no qual o Antonio Oliveira não fez rodízios, provavelmente porque não tem outros nomes a tentar. Mas não dá para ficar com a mesma zaga, Henrique e Chancellor, que foi uma das mais vazadas no ano passo. Ambos pesados e se têm alguns bons resultados pelo alto, com a bola no chão batem cabeça e são facilmente ultrapassáveis por qualquer atacante veloz. Veja-se o lance de ontem quando o Rio Branco quase abriu o placar na primeira etapa. Certamente a direção está tentando suprir o setor, pois do contrário a manutenção dos dois será a crônica de uma morte anunciada.
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4 Ver todos os comentáriosO nome “Bola de Couro” serve para revelar a geração do autor, que acompanha o Coritiba desde o tempo em que elas eram efetivamente de couro natural, e não sintéticas como hoje. Além de estar atento ao futebol moderno, especialmente graças à tecnologia que tornou o mundo uma aldeia global, o blog de vez em quando trará algumas reminiscências das tantas glórias de que o Coritiba é coberto e que estão mais na memória de cada um do que em imagens físicas, atendendo também a um nicho da “velha-guarda” de Coxanautas que se manifestou desde a primeira coluna do autor. Mas todos, de qualquer geração, serão bem-vindos a colaborar e criticar em espaço que se pretende democrático.
Benedito Felipe Rauen Filho, conhecido como Felipe Rauen, é coxa-branca de terceira geração, pois tanto seu avô como seu pai também o eram. Em parte da infância e da juventude morou na rua Maria Clara, a cem metros do estádio do Coritiba, do qual desde casa sentia o "cheiro". Transferiu residência para o Rio Grande do Sul em 1976, onde iniciou carreira como Juiz de Direito, hoje aposentado. Está aculturado naquele Estado em vários aspectos, mas jamais no futebol, pois não adotou time local e torce somente para o Coritiba. É conhecido em todos os círculos que frequenta em terras gaúchas como coxa-branca, conseguindo que inúmeros amigos gremistas e colorados tenham o Coritiba como segundo time ou pelo menos mostrem por ele simpatia. Em 2009 se tornou Cônsul do Coritiba em Porto Alegre, permanecendo por vários anos. Cardiopata, dá trabalho regular ao cardiologista em razão das emoções vividas com e pelo Coritiba, mas tem certeza de que o coração coxa-branca se manterá forte ainda muito tempo para ver o clube alcançar mais e mais glórias.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)
