Bola de Couro
Desde ontem, quando o Coritiba teve mais uma jornada insatisfatória, estou com dificuldades para ter inspiração sobre o que escrever.
Imaginem, um clube como o Coritiba, campeão brasileiro, semifinalista em dois campeonatos nacionais, finalista em duas Copas do Brasil, o maior detentor de títulos estaduais, portador da conquista do Torneio do Povo e de excursões positivas à Europa, contentar-se com um empate contra o Oeste pelo fato de ter sido um resultado fora de casa?
Literalmente: “Não ficou ruim esse empate. No primeiro tempo a gente deixou a desejar. No segundo tempo tivemos outra atitude, comandamos o jogo, conseguimos o empate, que não foi ruim. Vamos, agora, trabalhar para conseguir o resultado positivo em casa contra o Brasil de Pelotas”, palavras de Júlio Rusch.
O nosso apequenamento está refletido no titulo de matéria de um jornal da Capital: “Coritiba reage e consegue o primeiro ponto fora de casa”. Que conquista!
Sim, mas foi um ponto importante conquistado, dirão os encantados – ou alienados - e sempre otimistas ainda que sem base factual, e os que levaram o clube a esta situação, que parecem só eles crer em si mesmos.
Mas é isso que queremos? Um time que “conquista” um empate contra uma equipe sem a menor história? Ah, e contra um time que, ao contrário do nosso, está lamentando o resultado (veja aqui).
É esse modo de pensar nanico, a partir da diretoria, passando pela imprensa que não exige e contaminando os jogadores, que está levando o Coritiba a ficar cada vez menor.
Como não ficar deprimido e em consequência sem inspiração?
Escrever para repetir a ladainha que rezamos nos últimos anos e neste com maior ênfase? Dizer novamente que este talvez seja um dos piores Coritiba de todos os tempos? Elogiar o Wilson, com o que estamos mostrando a fraqueza do time, pois se não fosse o goleiro não sei onde estaríamos?
Melhor ficar folheando as minhas coleções de revistas dos anos 1970 sobre o então glorioso Coritiba e lidar com o passado. Confiar no futuro, diante do que o presente mostra, é se mostrar utópico e irreal.
O atual Coritiba está aos poucos destruindo meus sonhos da maturidade. Sempre imaginei que ainda veria novamente o Coritiba grande que vi, e brinco dizendo que não pretendo morrer antes disso acontecer. Mas já passei dos 70 anos de idade e o futuro do Coritiba não chega. Ou vou ser muito longevo ou antes de mim o Coritiba morrerá.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)