Bola de Couro
Sim, o título da coluna é um paradoxo, mas sigam-me e explicarei.
O Coritiba ontem jogou bem, em alguns momentos até muito bem, somente não fazendo gols pela brilhante atuação do goleiro adversário e um pouco de falta de sorte.
O gol do adversário aconteceu com duas irregularidades, um “passe” com o braço e um subsequente impedimento, mas temos que convir que não dá para dizer que foram elas evidentes, tanto que só foram observadas na repetição das imagens. Erros não absurdos de arbitragem são comuns e até aceitáveis, desde que, é claro, não se repitam só contra o Coritiba como tantas vezes já vimos.
Enquanto isso, o Coritiba jogou bem, com destaque para o Galdezani, Willian Mateus e a agradável revelação que é o Tomas Bastos. Henrique Almeida desta vez não foi bem, nem mesmo no trabalho tático que vinha fazendo para facilitar aos seus companheiros, enquanto os demais jogaram bem e foram seguros. O único destaque negativo foi o Dodô que, assim como tantas vezes ocorreu, sabe jogar quando avança, mas é muito falho quando defende. Os adversários sabem disso, tanto que o Santos explorou a deficiência atacando muito pelo seu lado. Acredito que com o Léo e o retorno do Rodrigo Ramos o Dodô não terá mais lugar na equipe.
Mas a derrota foi merecida pelo simples fato de que não se pode admitir que o time, jogando na casa do adversário e melhor do que ele , desperdice a cobrança de um pênalti quando o jogo estava por se encerrar.
O Alecsandro não cobrou a penalidade pessimamente, pode ser, mas bateu mal. Deus dois leves passos e chutou fraco. O modo como correu e olhou para a bola deixou claro que ela seria direcionada para a sua esquerda, o que o Vanderley, expert em defesas de penalidades máximas, sentiu.
Mas quem o um pouco gordinho Alecsandro pensa que é para, recém-chegado, pedir a bola para o Kléber – ou tomar dele, talvez – provavelmente pensando mais em si do que na equipe? Como diria o Romário, chegou agora e já quer ir na janela da frente? Pela sua imperícia e precipitação perdemos um ponto precioso.
Merece repreensão também o Kléber que, talvez traumatizado pelos pênaltis que já perdeu, não soube ser líder e negar a bola. Se não tinha segurança para cobrar, deveria ter chamado o Tomas Bastos.
Hora de a comissão técnica ou a direção chamarem a atenção para o comprometimento coletivo em detrimento da consagração pessoal.A defesa que o Pachequinho fez do Alecsandro só pode ser conversa para fora do vestiário, dentro tem que haver cobrança.
Por isso digo que embora injusta a derrota foi merecida. Quem joga fora uma oportunidade como a que tivemos de tornar uma derrota injusta em pelo menos um empate não merece mesmo ganhar.
Espero que neste ano não fiquemos a comentar jogos para mostrar que embora perdendo jogamos melhor. Isso já cansou aos cronistas e especialmente a torcida do Coritiba.
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