Bola de Couro
Foi uma vitória acidental essa que tivemos ontem contra o Cuiabá. Um único chute a gol – felizmente certeiro – e quase todo o tempo dominados pelo adversário que, para nossa sorte, é falho nas conclusões de ataque.
Vimos um time confuso, sem nenhuma jogada que se pudesse supor como ensaiada (nem mesmo escanteios são bem cobrados), dando chutões para o alto e para a frente, com atuações individuais muito fracas. Mas para o treinador, a julgar pela entrevista que deu, tudo está bem.
Chamou-me a atenção ontem o destempero de nossos jogadores, que afora tropeçar na bola algumas vezes, estavam por demais agressivos, o que o número de cinco cartões amarelos e uma expulsão confirmam. Na última entrevista coletiva o presidente Juarez comentou que o Coritiba era o time que menos faltas cometia, o que estaria a indicar falta de garra. Parece que os jogadores entenderam mal o recado.
Os bate-bocas que o Henrique protagoniza estão além do necessário para um capitão de time. O Tony Anderson nada produziu e ainda prejudicou o time com a sua expulsão. O Igor Paixão não pode ter desaprendido a jogar depois de tudo o que nos mostrou no início do campeonato. O que estará havendo?
Não pode passar em branco a provocação do Alef Manga quando da comemoração do gol. Acho que foi desrespeitoso com a torcida. Fazer gols, ou pelo menos tentar, é sua obrigação. A torcida não gostou da sua curtição da vitória do Santos e da conduta egoísta no jogo contra o Corintianas, e com razão. Ele tem que tratar de fazer autocrítica e não ficar pensando que é um craque não reconhecido ou injustiçado como dá a entender nas entrevistas.
Parece-me que está faltando no Coritiba liderança de vestiário, através do treinador ou do diretor de futebol. O Morínigo, afora estar devendo um esquema de jogo e jogadas treinadas, é muito sem entusiasmo. Talvez a tarefa devesse ser entregue ao Renê Simões, salvo se o seu conhecido discurso já não faça efeito entre os jogadores, mas alguém deve assumi-la. O elenco precisa de equilíbrio emocional e entender que garra e vibração não devem resultar em cartões amarelos e vermelhos.
De positivo a vitória, fundamental a esta altura, a promissora participação do Bruno Gomes, a atuação do Egídio e a presença, novamente, de mais de 20.000 torcedores que embalaram o time com seus cânticos, podendo-se dizer que a vitória foi graças a ela. Afora isso, o time continua a preocupar, pois mesmo vencendo, como foi ontem e contra o Fortaleza, tem deixado muito a desejar.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)