Bola de Couro
Ontem, contra o Atlético Nacional, o Coritiba jogou bem, e em certos momentos até muito bem, durante aproximadamente ¾ do jogo. Infelizmente, talvez por despreparo psicológico, entrou em campo respeitando demais o adversário, temendo-o em verdade, e por aproximadamente quinze minutos nos assustamos, pois parecia que o adversário seria incontrolável e nos levaria a uma derrota massacrante.
Mas não foi assim, especialmente após a expulsão de um dos adversários, deficiência que o Coritiba soube explorar. Tivemos mais chances de gol, notadamente uma perdida pelo Juan por caprichar demais na pontaria, e outra em razão de uma defesa milagrosa do goleiro adversário. Enfim, jogamos em alguns momentos de igual para igual e em outros melhor do que o adversário, um excelente time, mas que não é o “bicho papão” que temíamos.
Jogasse o Coritiba assim metade das partidas que perdemos ou das que empatamos em casa, e certamente estaríamos disputando outros lugares na classificação. Se nós temos potencial para mostrar o que jogamos em grande parte do jogo de ontem, com entender alguns resultados bisonhos no campeonato nacional? Como entender a quase apatia e péssima apresentação no atletiba? O futebol às vezes tem mistérios que a nossa vã filosofia não alcança.
Destaques para a atuação do Kazin, que desta vez lutou e jogou com inteligência, para o Benitez e o Iago, este se notabilizando por fazer gols decisivos. E mais uma vez, assim como ocorreu nos jogos contra os argentinos, o grande nome foi o Nery Bareiro, o leão guarany.
Destaque negativo para o Raphael Veiga, que parece ser uma estrela fugaz que acendeu e ascendeu rapidamente, mas tanto quanto rapidamente está descendo e se apagando, ou pelo menos está desinteressado desde que recebeu propostas de clubes do centro do país. Ambas as hipóteses recomendam que seja negociado. Se não é o que pareceu ser, não interessa. Se estiver fazendo “corpo mole” desde que visado por outros clubes, também não interessa.
Destaque preocupante para o Lucas Claro. Continua lento e atrapalhado.
Ah, e destaque positivo para a torcida do Coritiba, que incentivou o time do primeiro ao último minuto. Foi decisiva para a recuperação da equipe.
Enfim, cotejados os aspectos do jogo os positivos são maiores e nos dão alguma esperança de bom resultado na Colômbia. Digo alguma, pois não será nada fácil e o adversário, pela qualidade e por jogar em seus domínios e com apoio da torcida, é o favorito. Teremos que ter uma jornada épica, com qualidade, inteligência e muita bravura. É difícil, mas não impossível.
Enquanto isso, que o Coritiba não esqueça que deve fugir do fantasma do rebaixamento e ter o jogo contra o Fluminense como prioridade.
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