Bola de Couro
Ontem assisti ao jogo do Coritiba contra o potente Vitória da Conquista, da Bahia. Finda a partida, passada meia hora de reflexão e desalento, resolvi “secar” o rival no seu jogo pela Copa Libertadores da América.
Não há como dissociar os dois jogos. A rivalidade e o momento que ambos vivem impõem a análise.
Pois se há um mundo do futebol, ontem vivi em dois.
Um mundo diante de um jogo sofrível, entre duas equipes equivalentes na falta de qualidade, em gramado precário e perante público diminuto. Não seria demais dizer que a equipe com menor colocação – bem distante - no ranking da CBF por pouco não resultou vencedora e não haveria injustiça se assim ocorresse. Um time que, por exemplo, insiste com o totalmente improdutivo Carlinhos, cujo treinador vê como solução para a carente meia cancha o pesado e atécnico Edinho, não pode ir longe mesmo.
Terminado o jogo, mais do que tristeza senti desânimo. Termina ano e entra ano e é a mesma coisa. O Coritiba patina, não se ergue, se classifica até determinada fase das disputas algumas vezes por sorte, e nós continuamos a viver de esperança. Mas se a esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo, segundo Voltaire, cada vez temos menos esperança e mais medo.
Enquanto isso, para nosso desalento, mas para comparação que deveria servir para mexer com os brios da nossa ineficiente diretoria, em outro mundo o rival participava de um dos dois maiores campeonatos de futebol do mundo, em um grande estádio e contra um verdadeiramente valoroso adversário que só não venceu porque “tremeu” na decisão por pênaltis.
Como disse ao início, não há como dissociar os fatos. Dois jogos que foram reflexo do estado e coisas que vivemos. O rival paulatinamente crescendo e nós cada vez mais frustrando a torcida por fracassos e falta de expectativa.
Já disse outras vezes aqui, que gostaria muito de voltar a escrever sobre conquistas do Coritiba, através de bons times formados de modo inteligente e de tecer elogios a dirigentes. Mas há muito não consigo. Os eternos otimistas não digam que sou pessimista, sou apenas realista e vejo, através dos comentários neste espaço e em redes sociais das quais participo, que o número dos desencantados está cada vez maior.
Esclarecimento.
Na coluna anterior “Feito de bobos”, ao me referir sobre o desmanche da diretoria do Coritiba, o G5 original, afirmei que um dos vice-presidentes renunciara sem dar explicações.
Recebi cavalheiresca manifestação do ex-vice-presidente Ricardo Guerra, na qual rebate meu comentário, dizendo que levou a público as suas razões e indicando onde poderia encontrá-las, o que pode ser visto aqui.
Em que pese na sua primeira fala o Dr. Ricardo não tenha deixado bem clara a motivação da saída (aqui), eu não tinha conhecimento das manifestações posteriores, certamente por falha minha pois procuro ler tudo o que encontra na Internet sobre o Coritiba e não vi aquelas matérias, nas quais se vê que sobradas razões levaram à decisão.
Ficam aqui os esclarecimentos, com meus respeitos ao Dr. Ricardo Guerra, um coxa-branca dos grandes.
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