Bola de Couro
Como é bom ganhar atletiba! Como é bom ampliar a estatística favorável. Esquecemos problemas pessoais e entramos em verdadeiro êxtase. Vencer um atletiba é alcançar estado de orgasmo anímico. Como é bom.
A atuação do Coritiba na primeira etapa estava preocupando. O time não retinha a bola, os jogadores estavam quase que malemolentes e perdiam as divididas e os rebotes. Galdezani, a grande revelação dos últimos jogos, parecia que não era tudo aquilo que tinha mostrado ou que o destaque que vinha recebendo na mídia teria desestruturado a sua conduta. Tivemos chances de fazer o gol, mas eles até mais, e o Coritiba da primeira etapa foi um time que não retratou o que mostrou nos primeiros jogos e parecia deixar temor pelo resultado do jogo.
Na segunda etapa, porém, voltou ao campo outra equipe, a mesma dos três primeiros jogos. Disposta, consciente e bem distribuída. A entrada do Thiago Real – tão criticado por quase todos nós quando voltou para o Coritiba – mudou marcadamente o modo de a equipe jogar, até porque o Tomas Bastos não vinha bem. Galdezani voltou a ser o que tínhamos visto, Willian Mateus dominou o seu setor, Henrique Almeida se movimentou bem e o Dodô parece que corrigiu suas carências defensivas. E foi na defesa que se encontrou o destaque do time e do jogo, Márcio. Não só pelo gol que levou ao resultado, mas também pela forma segura e clássica com que fechou o meio da defesa (tem um modo de jogar elegante que, diria o Nelson Rodrigues, parece estar como se vestindo fraque, polainas e abotoaduras). Acredito que o Walisson Maia não recuperará o posto com muita facilidade e que se outro zagueiro vier – necessário pois é importante ter peças de reposição em um campeonato que dura oito meses – também terá que mostrar muito para afastar o jovem zagueiro e também o seguro Werley. O único destaque negativo foi o Neto Berola, bem substituído pelo Rildo.
Mas o jogo tem outro nome, qual seja o técnico Pachequinho. A forma como trouxe a equipe para a segunda etapa, a coragem em substituir Tomas com apenas dez minutos, sendo mais uma vez feliz com a entrada do Thiago Real, e a melhor distribuição do posicionamento de cada atleta sem dúvida tem o dedo dele. E traz segurança ouvir o Pachequinho após o jogo mostrar lucidez e seriedade, deixando claro que o caminho é buscar cada jogo como se fosse uma decisão.
Hoje é só regozijo. Quarta-feira tem mais um teste para sentir a capacidade do time. Enfrentaremos o campeão brasileiro, um dos melhores times do país. Não será um jogo fácil e qualquer resultado é possível. Porém, se toda a equipe tiver consciência do seu potencial e aos mesmo tempo dos seus limites, dá para confiar em mais um bom resultado.
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)