Bola de Couro
O resultado de hoje entre Vasco e Coritiba foi daqueles que se pode denominar de razoável ou aceitável. Em se tratando de jogo com mando de campo do adversário e estando este em fase crescente, isso ainda acrescido de uma apresentação horrível do nosso time na primeira etapa, temos que nos dar por satisfeitos com o ponto obtido. Porém, considerando os pontos que já perdemos em casa e outros fora para adversários fracos, somar um pode ter sido pouco para o objetivo de mais uma vez escapar do rebaixamento na undécima hora.
Ainda que a matemática nos mostre chances, pelo que vimos do time hoje, em especial na primeira metade do jogo, muito suor ainda terá que ser derramado para que aconteça o milagre de escapar do rebaixamento. Os dois próximos jogos contra adversários diretos na disputa por escapar da degola serão fundamentais e poderão mostrar se o ponto hoje obtido foi importante e se haverá esperança.
A apresentação do Coritiba foi muito fraca técnica, tática e animicamente no primeiro tempo do jogo, quando praticamente somente Cléber Reis e Wilson se saíram bem. Longuine e Galdezani, com destaque para este, foram verdadeiros desastres, ambos por nada produzirem e o último por marcar o gol do adversário em cabeceio que não foi só infeliz, mas objeto de clara imperícia.
Na segunda etapa a equipe voltou melhor posicionada e desapareceu a apatia. Em que pese ainda alguns continuarem mal, a entrada do Baumjhoann foi fundamental para mudar a postura do time. A lamentar a atuação do Henrique Almeida, quase não visto em todos os noventa minutos, e cuja má técnica não permitiu uma virada no placar quando, sem adversário pressionando perto, deixou de fazer o gol da virada por não saber cabecear. E também é de lamentar a alteração medrosa que fez o nosso técnico, colocando o Edinho no lugar do Rildo que, por mais que pudesse estar cansado – ele disse que não – sempre poderia dar alguma esperança de um bom lance de ataque, ao contrário do seu substituto que no máximo pode ajudar o time a se defender.
Terminei de assistir ao jogo com duas convicções.
Uma delas se refere ao nosso “alemão”, que mais uma vez entrou muito bem. Teve não só técnica como disposição – houve uma disputa de bola contra dois adversários em que claramente mostrou muita garra – e mudou o modo de jogar do time. Claro, foram só duas apresentações, ambas em parte da segunda etapa de cada jogo, mas parece prometer. Se tiver condições físicas, deve entrar jogando de agora em diante.
A outra, e esta tenho como firme, é sobre o grande engano que foi e é o Galdezani. Quando chegou no Coritiba parecia um craque, alguém disse que seria um novo Falcão. Até campanha para aumento do quadro associativo foi feita para que pudesse ser contratado, mas logo que resultou definitivamente do Coritiba acabou o seu futebol, nunca mais jogou bem. Galdezani parece a pessoa adequada para uma frase de Lincoln (o Abraham, presidente dos EUA, e não o ex-jogador descompromissado que passou pelo Coritiba): “Você pode enganar uma pessoa por muito tempo; algumas por algum tempo; mas não consegue enganar todas por todo o tempo”.
Enfim, entre mortos e feridos voltamos do Rio de Janeiro com um resultado que poderá ser bom se a ele se somarem vitórias imediatas e em sequência. Enquanto isso, os que têm fé tratem de rezar porque ainda está muito difícil.
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