Bola de Couro
Estamos usufruindo uma pequena lua de mel com o nosso clube em razão da reabilitação ocorrida desde o mês passado, quando entramos e estamos nos mantendo no grupo que, se o campeonato encerasse hoje, estaria de volta na primeira divisão.
A equipe evoluiu muito, especialmente a partir da entrada do Mateus Sales que deu à zaga a segurança que o Vítor Carvalho dificilmente dava, assim como pelo encontro da melhor posição em campo do Juan Alano. Além disso, finalmente se observam jogadas que parecem organizadas e previamente trabalhadas.
A torcida voltou a encher o estádio, claro que muito em razão dos preços baixos dos ingressos, mas o que importa é que voltou e tem sido fator decisivo nos jogos em casa.
Temos, pois, motivos para otimismo para esperar, desta vez com alguma base, que poderemos retornar ao primeiro escalão do futebol brasileiro de onde espero nunca mais saiamos.
Então, a questão que vou lançar a seguir nada tem com pessimismo, mas é muito importante para saber se o sucesso em campo se manterá.
É que em maio último foi noticiado que em reunião com o Conselho Fiscal a direção do clube mostrou as preocupações que tinha com as receitas do clube, afirmando que só “teria saúde financeira para bancar as suas despesas por mais três meses” (relembre aqui), ao tempo em que registrava que fora formada uma comissão para buscar novos recursos para o clube.
Bem, os três meses estão se esgotando, e nesse interregno não se soube de nenhuma boa negociação ou patrocínio importante que gerasse ingresso de receita. A estratégia de marketing quanto ao preço dos ingressos foi uma boa decisão para levar o torcedor de volta ao estádio e poderá gerar novos associados e aumento na venda de produtos oficiais, mas isso a médio ou longo prazo, e de qualquer modo talvez insuficiente, por si só, para o equilíbrio da relação receita/despesa.
Soube que na semana que finda houve movimentação de dirigente buscando socorro perante coritibanos que não estão na direção, mas talvez a ela queiram ingressar na próxima gestão. Não sei se a investida foi bem-sucedida, mas o dado, somado ao que antes expus, pode preocupar. Se a partir do próximo mês não for possível manter a folha salaria em dia, será que isso não se refletirá na produção da equipe, sabido que é que há muito tempo a maioria dos jogadores de futebol não tem amor ao clube suficiente que permita esperar que jogue sem o dinheiro no bolso?
Para que a torcida sinta que a esperança reacendida se manterá e que o sucesso permitirá ao coritibano enxergar longe e por isso voltar a se associar, seria muito importante que a direção venha a público trazer a realidade, ou seja, se a dificuldade anunciada em maio permanece ou se foi atenuada. Até porque, se houver transparência e a equipe continuar no bom caminho, certamente parte da torcida saberá “perdoar” – esquecer acho que não - os erros da gestão e voltar a colaborar financeiramente com o clube.
Aguardemos setembro.
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