Bola de Couro
Pelo quarto ano consecutivo o Coritiba tem que se conformar em apenas se manter na primeira divisão do futebol brasileiro. Para alguns, uma conquista. Para a maioria, apenas um alívio.
Em 2013 terminamos o ano na 11ª classificação, depois de ter tido um começo arrasador no campeonato parecendo que finalmente alcançaríamos voos mais altos. Em 2014 ficamos no 14º lugar, passando grande parte do campeonato entrando e saindo da zona do rebaixamento. Em 2015 finalizamos o ano em 15º, mais uma vez durante quase todo o certame em idas e vindas da região dos rebaixados. E neste ano, finda a penúltima rodada, estamos em 14º lugar, já sem risco matemático de rebaixamento e com possibilidade de subir ou descer duas posições dependendo dos próximos resultados.
Em junho último, em tom realista, mas também conformista, o vice-presidente Macedo afirmou que o máximo que poderíamos almejar neste ano seria evitar o rebaixamento. Acertou, contrariando a previsão deslumbrada do presidente que em maio afirmara que neste ano o Coritiba lutaria por uma vaga na Copa Libertadores.
É lamentável ver erros sendo cometidos ano a ano, por direções que não sonham alto e quando o fazem é sem apoio nos fatos e com investimentos equivocados. Estamos – eu e quase todos os coritibanos – cansados de migalhas e de ter esperanças vãs
Até 2013 tivemos sete títulos estaduais no milênio, conquistamos um recorde mundial de vitórias consecutivas e deixamos escapar por muito pouco dois títulos da Copa do Brasil. Mas desde aquele ano, nem campeonatos estaduais alcançamos, em um deles não chegando nem nas finais, no outro sofrendo duas derrotas vexatórias para um espartano clube do interior, e no último outras duas derrotas justas para o rival.
E agora, para onde vamos? Seremos penta não rebaixados no campeonato brasileiro do ano que vem, ou efetivamente poderemos sonhar com algo mais? E recuperaremos a hegemonia estadual? Poderia afirmar que só o tempo dirá. Mas tempo, meus amigos, é o que decorreu em vão nos últimos anos, dois deles no final de uma gestão e outros dois na atual. Quem poderá nos dar a resposta serão os dirigentes, dos quais se espera que finalmente resgatem o nosso orgulho coxa-branca, quanto mais não fosse para pelo menos terminar a gestão com a cabeça erguida e nos braços da torcida. Esta, a torcida, tem dado a sua colaboração através de um grande número de abnegados que não se afastam quando as coisas não vão bem. A direção não pode exigir mais da torcida, se pouco dá em troca. Paciência e esperança são as virtudes que mais exercemos nos últimos anos. Já tivemos mais de 30.000 associados e hoje talvez tenhamos pouco mais de 10.000. Quem quiser entender estes números confira a campanha do Coritiba em campo em um e outro período.
Enfim, mais um ano em que ao final não há sentimento de nenhum júbilo. Ainda nada vi sobre planejamento para o próximo anos, mas vou continuar a exercitar as virtudes da paciência e da esperança, torcendo para que logo as possa substituir pelo pecado do orgulho. Será?
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)