Bola de Couro
Na primeira quinzena de dezembro teremos eleições no Coritiba para os Conselhos Administrativo, Deliberativo e Fiscal.
Todos os cargos são importantes, mas visando ao Conselho Administrativo, que é quem comanda efetivamente o clube e executa as políticas financeiras e de futebol, o ex-presidente Giovani Gionédis, com liderança e influência, promoveu contatos entre as correntes de pensamento do clube, tentando alcançar um denominador comum para que uma chapa consensual se apresente e as disputas se afastem.
Uma louvável iniciativa, mas no desenrolar dela, e especialmente na entrevista que o presidente Samir deu quando da apresentação do Jorginho, vejo um risco. É que ele, Samir, na entrevista deu mostras de que pretende continuar, quando disse que a composição “pode ser comigo ou pode não ser comigo”, mas ao final, quando indagado sobre contratações de jogadores que ultrapassariam o seu mandato afirmou “se o mandato terminar em dezembro, ou se o mandato continuar”. Parece claro, ainda que as afirmações não tenham sido de forma direta, que ele não afasta e até quer a sua participação na nova gestão.
Ainda que louvando a iniciativa do Gionédis, cujo modo de pensar é igual ao do ex-presidente Vilson, penso que uma composição pode ser salutar, mas jamais com o atual presidente sendo reconduzido a qualquer cargo. Isso seria um prêmio a quem não soube administrar e nem a conciliar, ouvir e dar satisfações à torcida nos momentos ruins. Mas dando de barato, consciente de que em se tratando de acordo deve-se transigir, no máximo alguém do seu grupo poderia ficar com a quarta vice-presidência. Nos demais cargos, pelos nomes que até agora apareceram, penso que no comando o Follador ou o Vialle, um na presidência e outro na primeira vice-presidência, além de um nome do grupo que disputou a última eleição encabeçado pelo Pedro Castro (parece que não há nome desse grupo nas tratativas, o que é um erro se o objetivo é conciliar correntes) e outro do Jango – cuja densidade eleitoral eu sinceramente desconheço - para efetivamente ocorrer união das correntes.
É uma decisão que poderá ser acertada, mas também tem risco, pois quando nomes com pensamento diferente se unem para administrar tudo vai bem quando há sucesso, mas sempre pode haver implosão quando os resultados forem muito ruins. Mas mesmo assim, como o Coritiba há muito tempo se divide, já tendo eleição decidida por um voto e outras definidas pela torcida organizada, será salutar que uma boa composição seja alcançada, especialmente com o afastamento ou diminuição da participação de nome da atual gestão.
E caso não aconteça a composição e tivermos disputa, os associados não podem se abster como aconteceu no último pleito, quando menos de 3.000 compareceram, em um quadro de 20.000. Se isso se repetir, o risco de a torcida organizada – que torce mais para si do que para o clube e que sabe se aglutinar – eleger o novo presidente se repetirá.
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