Bola de Couro
Terminada a rodada, eis que vemos o rival nos ultrapassando e nos mandando para a zona de rebaixamento.
Não é culpa deles, é nossa, que há tempo estamos pedindo isso.
Pedimos, quando acreditamos que o time que se sagrou campeão estadual era bom o suficiente para fazer por merecer algo mais no campeonato nacional.
Pedimos, quando pensamos que um técnico até então interino poderia ter voos mais altos do que a sua inexperiência permitiria.
Pedimos, quando vimos algumas contratações que, assim como são os cometas, nos enganaram com boas atuações em poucos jogos e em seguida mostraram realmente o que são.
Acreditamos em sucesso quando trouxemos uma tal promessa do São Paulo e que aqui viria para desenvolver o seu futebol, mas nenhum técnico teve coragem de usá-lo.
E acreditamos também em um desconhecido alemão, cuja contratação teve a estranha intermediação de um credor do Coritiba, e que veio para o Brasil para atender o desejo da esposa, usando nosso clube para isso.
Alguns chegaram a acreditar que o acerto de uma dívida trabalhista, poderia ser chamada de “reforço”.
Enfim, acreditamos que teríamos sucesso sem base para tanto. Ou melhor, carentes de sucesso que somos há muito tempo, quisemos acreditar. Era bom acreditar.
E agora? Agora é mais uma vez lutar contra o rebaixamento, como se escapar dele fosse uma conquista.
Mas será que lutaremos contra o rebaixamento somente em campo? Lanço a dúvida, pois é sabido que, depois de começar a equalizar as finanças até o ano passado, neste, talvez tentando obter sucesso pelo menos no último ano da gestão, a direção abriu os cofres para o futebol.
O diretor Ernesto Pedroso disse mais de uma vez, domingo inclusive, que as finanças estão estáveis e a folha salarial em dia. Acredito e não tenho razão para duvidar. Mas ele falou no presente. E o futuro? Nos corredores do Couto Pereira há quem afirme que tal situação só é sustentável até o próximo mês de setembro. De um orçamento de 52 milhões de reais para o ano já teríamos gasto mais de 70 milhões. Se for assim mesmo e sabendo-se dos riscos que o descumprimento das regras estabelecidas pela adesão ao Profut, inclusive rebaixamento independentemente dos resultados em campo, será mais difícil ainda a missão.
Ainda é possível salvar algo, mas está cada vez mais difícil.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)