Bola de Couro
Quem escreve sobre o Coritiba tem necessidade de conhecer muitos adjetivos, um a cada fracasso.
Hoje uso escatológico, cujo significado é indicativo do final do mundo, mas também usado na ciência através do ato de analisar excrementos, a coprologia.
Estou sendo grosseiro? Talvez, mas estou escrevendo de sangue quente e cansado de vir aqui só para criticar o nosso amado time e sua incapaz diretoria, sempre procurando pesar bem as palavras, e penso que de vez em quando tenho o direito de agir com o lado torcedor misturado com a frieza que se exige do analista.
Que vexame, hoje em Londrina.
Uma partida que já começou com um grande susto em decorrência de uma falha bisonha do suposto jogador Victor Carvalho, não resultando em gol do Londrina por muito pouco.
Parecendo que se encaminhava bem, o time conseguiu um gol e administrava o jogo, graças especialmente ao Rafinha que teve a sua melhor apresentação desde o retorno ao clube. Aparentemente tudo melhoraria com a expulsão de um jogador adversário ainda aos quinze minutos da segunda etapa.
Mas não, nós tínhamos o comprovadamente péssimo Victor Carvalho, cuja participação no time é algo misterioso que leva a lembrar da frase usada na peça “Hamlet”: Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a sua filosofia. Impossível entender que esse pseudo atleta possa integrar qualquer time do futebol profissional. Tentou entregar um gol no início do jogo, mas como é persistente conseguiu sucesso próximo ao fim, coroando a sua performance de pior em campo. Aliás, se suas “qualidades” são conhecidas, por que não ter tentado usar o Luiz Henrique ou mesmo o Matheus Bueno? Não podem ser piores do que o Victor Carvalho, o que certamente raros conseguem ser.
E tínhamos o zagueiro que tem nome de boxeador americano, emprestado ao Guarani no ano passado e devolvido por lá fracassar. Desde que voltou não havia jogado, mas hoje o nosso genial treinador resolveu reintegrá-lo à equipe e o resultado foi uma falha grotesca que nos levou a uma merecida derrota.
Mas nossos problemas não estão só em campo.
Estão muito na beira dele, com o treinador que passou a ser inventor nos últimos jogos, em que pese se possa dar ele alguma pequena atenuante pela mercadoria que lhe oferecem.
Mais do que isso, o problema está no profissional contratado para montar a equipe, o qual já nos contemplou com joias como Wellington Jr., Arancíbia, Lucas Tocantins e Wanderley, entre outros.
E bem mais acima disso, a questão está nos nomes que deveriam comandar o clube, mais especificamente o presidente que, além de mal administrar, nem mesmo liderança mostra, não tem voz de comando, não aparece para dar uma mínima satisfação à torcida – quando o fez foi de modo oportunista, no momento de uma boa vitória – e se perde em seus conceitos, pois assumiu dizendo que sua principal meta era a de sanar as dívidas do clube, mas há poucos dias disse que estava mudando o rumo e que iria gastar (veja aqui), o que, se for para buscar jogadores com a mesma qualidade da maioria dos contratados desde que assumiu, servirá somente para aumentar o passivo do clube.
Enfim, amigos, reconheço que talvez me exceda nas palavras, estou escrevendo com o ânimo flutuando entre deprimido e revoltado. Mas estou sentindo que, no andar da carruagem, parece que as probabilidades de o Coritiba voltar à primeira divisão estão menores do que as de se manter na série B. A esta altura, gostaria de hibernar hoje e só acordar em janeiro de 2021, quando nova diretoria assumir.
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