Bola de Couro
Estreia.
Ontem nos reencontramos com o futebol – pois para nós só há futebol quando há Coritiba – e eu hoje me reencontro com os amigos leitores do Coxanautas depois de um período sabático.
Não me decepcionei com o time, mas também não me entusiasmei. Foi um time apenas suficiente, mas certamente ainda insuficiente para as duas competições nacionais que se avizinham. Dos estreantes, destaque para o Alef Manga na primeira etapa, enquanto Egídio, Márcio Silva e Regis (que nem pegou na bola) devem ser mais bem avaliados. Do mesmo modo os denominados “prata da casa”, que são por alguns apregoados como solução, podem e devem ir entrando no time aos poucos, como ontem, mas é preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre os jovens e os rodados para conseguir formar um bom time. Por uns momentos, Luizão e Vinícius pareceram prometer, confiemos.
O campeonato estadual é laboratório, sabemos, mas nem por isso sem importância. Na maioria dos Estados o campeonato é muito disputado, com estádios cheios, o que no Paraná não acontece desde que um clube novo-rico passou a desconsiderar a importância do certame, talvez porque no quesito número de títulos está bem atrás do Coritiba. Por isso, ainda que a competição sirva muitas vezes de teste, devemos levá-la a sério. No momento há que se observar se o time evolui, mas para isso o Morínigo deve se conscientizar, se ontem não o fez, que jogadores como Nathan Fogaça e Mateus Sales não podem ter lugar no time e nem mesmo no banco de reservas. O último só apareceu no jogo quando cometeu uma falta na risca da área e levou cartão amarelo. No mais, escondeu-se, como é habitual.
Luizão
Ontem vi, com surpresa, o nome do Luizão na camisa grafado como L. Guilherme, em claro sinal de que jovem gostaria de ser assim chamado.
No futebol muitas vezes o nome traça o destino e o sucesso ou insucesso.
Pelé seria o que foi se seu nome futebolístico fosse Edson Nascimento? E o Zico, seria craque se fosse chamado de Arthur Coimbra? E o Lela, se tratado como Reinaldo Felisbino provavelmente teria tido bem menos importância na nossa história. No emblemático jogo contra o Santos, quando fez gol no apagar das luzes, a torcida gritaria “Reinaldo Felisbino, Reinaldo Felisbino”?
Luizão é um baita nome para jogador de futebol, é daqueles que pode fazer o adversário respeitar o centroavante. Apelidos se conquistam no curso da vida e guiam a conduta das pessoas. Não espere ele que, quando marcar um gol importante, a torcida vá gritar o seu nome composto. Será sempre Luizão.
Lembranças.
Cinquenta anos não parece muito tempo para quem já passou dos setenta anos de idade. Mas é uma eternidade para várias gerações, certamente as que compõem a maioria dos amigos leitores e torcedores do Coritiba.
Digo isso por ter lembrado um jogo acontecido em 1969, há 52 anos. Na abertura do campeonato estadual daquele ano, jogando na casa do adversário, o Coritiba venceu por 7 x 0. Desde então futebol e o Coritiba mudaram mito. Coisa de idoso certamente, mas que dá saudade, ah isso dá.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)