Bola de Couro
Amigos, talvez vocês não saibam como é torcer para o nosso Coritiba de modo fisicamente distante. Alguns que me leem, morando em outras cidades e até em outro país, e dentre os Coxanautas mais especificamente o amigo Popini, sabem bem o que é isso. Morar longe é diferente, encontramos poucos torcedores do nosso clube para partilhar comentários. Vamos ao nosso estádio poucas vezes e, como já disse aqui, ficamos sem o “cheiro” dele. Antes do advento da internet e das redes sociais, raras fotos, filmes e jornais podíamos ver. Só o rádio nos salvava (saudades da PRB2, Rádio Clube, e do Lombardi). Não somos mais coxas do que ninguém, é claro, o nosso mérito maior é estar longe e nem por isso se deixar corromper de modo a torcer para clubes da cidade de moradia. Não é só: uma vez Coritiba sempre Coritiba. O nosso grito é: Uma vez Coritiba, só Coritiba!
Já viajei 800 km de carro, de Horizontina a Curitiba, dirigindo uma Variant, sem direção hidráulica e sem ar condicionado (quem tinha naquela época?) para assistir à semifinal do campeonato brasileiro de 1979, quando jogamos contra o Vasco da Gama. Saí ao amanhecer e cheguei quase na hora do jogo, encontrando um cunhado que me esperava em frente ao estádio com ingresso.
Já me desloquei para a parte mais alta de uma cidade do interior gaúcho para poder captar no rádio a transmissão da decisão do campeonato estadual de 1978, uma das mais emocionantes da história. Quem a viveu não esquece o Manga defendendo dois pênaltis e tirando as luvas para mostrar para a torcida os dedos tortos, consequência das muitas lesões que sofreu na carreira.
Já vi o meu filho, por nervoso, vomitar em frente à TV na decisão do campeonato nacional de 1985. Ainda morava no interior e de madrugada não deixei a vizinhança dormir em razão dos tantos fogos que soltei. Sim, eu era o juiz da cidade, mas compreendam, um valor maior se levantava.
Claro que como todos já vivi momentos difíceis, como os rebaixamentos, em especial o de 2009 e as cenas deprimentes que alguns torcedores proporcionaram, mas esses momentos ficam em um cantinho pequeno da memória, tendo o meu HD mental mais espaço para os bons acontecimentos.
Pois estarei no Couto Pereira domingo, amigos! Com meu filho Alexandre e o meu neto Vítor. Embarcaremos vestindo a camisa do Coritiba e queremos voltar com ela no corpo comemorando o título de campeões. Teremos a alegria de ver o nosso estádio cheio, colorido de verde e branco, de ouvir os cantos da torcida e, melhor ainda, de comemorar gols, para no final acompanhar a festa da conquista.
Não que sejam favas contadas ou barbada. De modo algum podemos menosprezar o adversário. Soberba é com eles e “a soberba precede a ruína”, diz o provérbio. Nossa meta é o título, visado de forma racional (se é que o emocional deixará) e a ser buscado com altivez, mas sem empáfia ou presunção. Com prudência, muita prudência, mas com confiança, muita confiança.
Até domingo.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)