Bola de Couro
Na disputa sucessória no Coritiba temos de um lado uma chapa que diz ter como trunfo a experiência dos seus membros, de outro uma que pretende repetir um mandato fracassado, também se dizendo experiente, e de outro ainda a que traz como forma de convencimento o currículo dos seus integrantes como administradores.
Nos últimos vinte anos tivemos um breve sucesso em 2003/2004, logo seguido do fracasso da mesma gestão em 2005/2006. Em 2010/2012 houve sucesso e tudo indicava que o Coritiba voltaria aos seus tempos áureos, mas na eleição de 2014 outro grupo assumiu e levou o clube à segunda divisão. E hoje, sucedido aquele grupo por um pior, estamos há três anos sem sucessos e na iminência de sofrer novo rebaixamento, o que será catastrófico. Por isso a próxima eleição será fundamental para os destinos do clube. Quem assumir terá que ser a “bala de prata”, o Coritiba não resistirá a mais uma gestão desastrada.
Sobre experientes, que é o principal argumento de duas dentre as chapas, não se pode negar a história do candidato a presidente da União Coxa, que certamente conhece o nosso clube no sucesso (1989 e 2007) e no fracasso (2009). Ao lado dele, parceiros que já atuaram em algumas áreas e uma novidade do sexo feminino. A outra, Coritiba Responsável, tem experiência, mas somente no fracasso como vimos nesses três anos que felizmente estão por acabar. A chapa Coritiba Ideal apresenta os seus membros como gestores competentes e com currículo sólido, um deles conhecendo o futebol desde o vestiário.
Mas experiência e é requisito fundamental para presidir um clube como o Coritiba?
Evangelino, que se tornou coritibano já adulto, estava há poucos meses como diretor de relações públicas quando foi alçado à presidência em 1967, tendo os mandatos mais bem-sucedidos da nossa história entre 1968 e 1985. No Grêmio, Fábio Koff largou a toga de juiz de direito para ser presidente e conseguiu os títulos de campeão do mundo e bicampeão da América. Aqui perto, embora a antipatia que temos por ele – e parte da sua própria torcida também – o todo poderoso que comanda o nosso rival consta que nunca havia entrado em um gramado quando em 1995 liderou uma revolução do clube. Nenhum deles tinha experiência como administrador de clube de futebol.
Se experiência, por si só, for qualificação para gerir o clube, então nunca poderá ele ter as direções renovadas. Experiência é importante, mas não é fundamental e nem primeiro item.
Penso que muito mais importante é ter bom gestores, gente que entenda, além de futebol, de administração e de gerir finanças e conheça os caminhos na CBF e dos demais clubes, enfim, que saiba administrar o Coritiba como a entidade forte e representativa que é, um gigante adormecido.
O Coritiba não precisa de continuidade pela tão somente experiência de uns ou a tentativa de outros de recuperar o fracasso. O Coritiba precisa, mais do que uma revolução, ser refundado. Não dá mais para “ir levando”, temos que nos recriar e renascer.
Mais do que experiência ou de repetência, o Coritiba precisa de competência.
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