Bola de Couro
No momento o Coritiba deveria estar nas manchetes pela campanha regular que vem fazendo no campeonato brasileiro, mantendo-se em quarto lugar, embora ainda seja muito cedo para se ter segurança sobre se realmente tem time para tentar mais do que tão somente a manutenção na elite. Além desta, sobram pautas positivas, como o retorno do Natanael, o entusiasmo com o futebol do Igor Paixão, a revelação de que temos opções entre os zagueiros e o aumento significativo do quadro social.
Mas eis que, deixando de lado todos os aspectos positivos, a mídia destaca a punição que o clube sofreu da FIFA e a atitude mesquinha do Rafinha em querer impedir que o clube busque autorização judicial para solucionar a pendência que levou àquela penalização.
De um lado, um jogador que nunca teve identidade com o clube, mas nem por isso sem legitimidade para buscar o que lhe é devido, e de outro um ex-ídolo (para alguns) que embora tenha também o direito de ver o seu crédito satisfeito mostra total incompreensão com a situação do seu devedor, tentando opor obstáculo na busca de solução para a punição internacional. E obstáculo que, se não superado (a direção tem confiança de que o será), levará o clube a perder receitas e como corolário a ter dificuldades para cumprir os pagamentos a que se propôs no pedido de recuperação judicial.
Rafinha agiu como no ditado popular, “farinha pouca, meu pirão primeiro”, desprezando pontos objetivos referentes à necessidade de o clube melhorar as receitas, e subjetivos quanto ao amor que parte expressiva da torcida tem por ele e que até agora dizia ele ser recíproco. Até há pouco era um dos maiores salários do clube, embora sem mostrar mais o futebol que o consagrou nos anos 2010/2012, beijava o escudo e, se não tinha mais o mesmo futebol, certamente lutava muito em campo.
Mas então o cronista quer que o jogador não lute por seus direitos, como qualquer um? Não é isso, como já disse ele tem toda legitimidade e interesse em buscar receber o que lhe é devido. A questão é o modo como está procedendo, além de egoísta, pouco inteligente, pois, como já disse com propriedade o confrade Ricardo Honório, se a sua atitude obstar a quitação da dívida com o Cerutti e o levantamento da punição imposta pela FIFA, ficará muito difícil para o clube gerar novas receitas e honrar a proposta feita para recuperação judicial.
O comportamento do Rafinha – não sei se partiu dele ou de quem o assessora, provavelmente a segunda hipótese – também evoca a fábula popular da galinha dos ovos de ouro. Se o dinheiro não for usado com ele, que então não seja com ninguém, ainda que se “mate” quem pode gerar a receita para um dia tudo quitar.
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