Bola de Couro
Não vou comentar o papelão feito pelo Coritiba ontem, contra um time da terceira divisão do futebol brasileiro e cuja folha salarial talvez seja inferior ao que o fazendeiro Anderson receberá. Alguns confrades deste espaço já o fizeram e os comentários dos torcedores são eloquentes para por si só mostrar a revolta de que está tomada a torcida.
E não vou analisar a perspectiva para o atletiba, pois embora como sempre deseje uma boa vitória, se vier ela não deve servir para nos enganar e passar a pensar que esse time tem futuro.
Minha preocupação não é só com o momento, é com o futuro do Coritiba, o próximo o remoto.
O fracasso da atual direção do clube, já concretizado nos dois anos passados e se anunciando para se agravar neste, é evidente e indiscutível.
Nenhuma direção de clube de futebol pode ser sempre bem sucedida, o esporte é uma permanente gangorra. Nenhum dirigente passa para a história como total vencedor. Até o incensado Evangelino Neves, o maior vitorioso da história do Coritiba e do futebol paranaense – e um dos mais do Brasil – teve o seu período de fracasso na terceira gestão nos anos 1990, o que não apagou e nem tisnou a bela história que construiu de 1968 a 1985. Mas poucos são os que ficam registrados só como fracassados, como até agora é o caso da atual direção.
Temos um comando que, a continuar assim (e tudo indica que continuará), ao final da gestão nenhum saldo terá para apresentar e registrar na história do clube. Dirigentes honestos, mas sem dúvida fracassados, não dá para usar de eufemismos. Fracasso em um campeonato estadual com derrota para um modesto clube do interior e outro para o rival maior, em ambos os episódios sofrendo dez gols e não marcando nenhum. Fracasso na Copa do Brasil do ano passado com desclassificação em casa para o time então da série C, feito que conseguiu repetir ontem. Fracasso em ambos os campeonatos brasileiros nos quais fomos até as últimas rodadas lutando para evitar o rebaixamento. Contratação dos “chineses”, mico do Ronaldinho, indomáveis e por aí fomos e vamos.
E o que é pior, perdemos o protagonismo no futebol estadual para o rival maior, ao qual passamos a seguir nas iniciativas, o que leva à paulatina perda de personalidade do clube e da autoestima dos torcedores. E há quem pense, na direção, que deveríamos nos desfazer do nosso patrimônio para sanear as finanças do rival e nos tornarmos seus inquilinos. Ideia de quem não conhece a história, o potencial e o tamanho do clube. Voltarei a falar sobre isso.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)