Bola de Couro
Com o mesmo título desta, postei a minha última coluna, logo após o jogo do Coritiba contra o Grêmio. A diferença é que naquela a frase terminava com um ponto de afirmação e nesta com um de interrogação, tamanhas as dúvidas que o time trouxe após o empate em casa contra o Londrina e a derrota justa para o time semi-profissional (ou semiamador, como queriam), do Toledo.
E agora, temos ou não esperança de que 2016 será um ano melhor do que foram os três últimos?
Pensei, logo depois do jogo contra o Grêmio (precedido de um empate razoável contra o Internacional e de duas vitórias no campeonato estadual), que estaríamos no bom caminho, ainda que com a ressalva de que seria necessário aguardar o que o tempo diria.
Pois o que tivemos depois?
Um empate arrancado a fórceps contra o Londrina e uma derrota mais do que merecida contra o Toledo.
Dirão que o time do Londrina foi muito violento, é verdade. Mas de um lado a arbitragem foi eficiente para tentar reprimir, e de outro, quando um time é efetivamente bom passa por cima de qualquer adversário medíocre que queira compensar suas deficiências com o uso da força. A diferença estrutural e histórica entre os dois clubes não pode permitir que se considere normal um empate em casa do modo como ocorreu. Ah, e contra o Toledo o gramado estava ruim e fazia muito calor. Circunstâncias que se apresentaram somente para o nosso time?
Tropeços são normais, dirão. Sem dúvida. Um aqui outro ali sempre ocorrem. O Coritiba não está só nesse tipo de campanha como mostram resultados de outros campeonatos estaduais. O problema é como ocorreram esses tropeços, notadamente o do jogo contra o Toledo, quando o time do Coritiba mostrou falhas individuais da maioria dos atletas, evidente falta de entrosamento e ausência de qualquer jogada que permitisse crer que fosse objeto de treinamento. Isso é que preocupa.
A verdade é que, tal como o time, estou confuso. Não vou me aliar aos que desde já veem uma catástrofe para este ano. O time pode merecer algum crédito, mas por pouco tempo. Se logo ali não mostrar evolução e não despertar confiança, medidas fortes devem ser tomadas. Aguardemos um pouco.
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Falei antes em ausência de jogadas treinadas. E quanto à cobrança de faltas? Não fazemos gol desse modo – diretamente ou como consequência da jogada – desde o tempo do Alex (nem lembro quando foi). João Paulo, embora o escolhido, decididamente não sabe cobrar falta, nem sequer para pelo menos causar algum risco de gol.
O fato – ou o não fato – me faz lembrar o Zico, talvez o melhor cobrador de faltas que o futebol brasileiro já teve. Como ele mesmo relatou, todos os dias, ao final dos treinos, ficava treinando cobranças, mais de uma centena de vezes, até que se tornou o que foi. Será que alguém no elenco – afora o João Paulo – não faria esse sacrifício em benefício próprio e do clube? Quando a inspiração é pouca, é necessário compensá-la com transpiração.
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