Bola de Couro
Ontem, uma vitória necessária contra um dos mais fracos times da série B. A apresentação do Coritiba não nos trouxe esperança de dias melhores, mas vencer era fundamental para ainda respirar e tentar subir.
Não fosse a inspiração e luta do Rodrigão no primeiro gol, e o espírito de sacrifício do Rafinha na marcação do belíssimo gol da vitória, não sei se não estaríamos a comentar um resultado negativo.
Além do resultado, quero falar sobre o fato marcante da noite, que foi a entrevista do presidente Samir. De um lado oportunista, pois como ele mesmo disse na abertura da fala, nunca deu entrevistas após os jogos (também, pudera, com tantos resultados negativos, é necessário ter muita coragem para enfrentar os microfones após os jogos). Mas ontem, como vencemos, resolveu aparecer.
Alguns pontos da entrevista chamaram atenção.
Primeiro, sentindo que a torcida há muito não o suporta mais e quer vê-lo saindo do Couto Pereira, tentou agradar aos torcedores, agradecendo o apoio dado durante o jogo. O apoio, e o presidente deveria saber, passa longe dele. O que a torcida apoiou, embora também vaiando quando necessário, foi o clube, a instituição e não a direção. O torcedor certamente pensa assim: já que não temos time bom e que da direção não se pode esperar quase nada, vamos nós tentar criar um clima nos jogos para incentivar ao menos o ânimo dos nossos supostos craques. Não presidente, o incentivo da torcida nada tem com você. Se ainda quer agradar à torcida, ainda tem que fazer muito pelo clube, se é que pode e dá tempo.
Depois, não fugindo do modo soberbo usual, afirmou o presidente que as suas convicções continuam firmes e que o clube tem metas, as quais não iria abrir para a torcida para evitar cobranças. Quanta transparência! Quanta consideração para com a torcida. Contraditoriamente disse na mesma entrevista que entendia as vaias, um “direito” do torcedor.
Como é comum, e isso não ocorre só com ele, repetiu obviedades afirmando que o que o clube precisa é de bons resultados. Ah, então é isso? Só faltam bons resultados? Fiquemos tranquilos, então. As coisas estão bem encaminhadas, só falta o detalhe de uma grande sequência de vitórias.
No meu sentir, a entrevista não abalou em nada a minha convicção de que temos uma direção incompetente. Pelo Coritiba, pelo meu amor de mais de sessenta anos pelo clube, torço para que a gestão seja bem-sucedida de modo a nos levar de volta para a série A. Mas por tudo o que se viu nesses dezoito meses de gestão, é difícil ter esperança diante do despreparo dos jovens e inexperientes dirigentes, conduta que é agravada pela falta de humildade em reconhecer erros brutais na composição e condução do time desde o do ano passado.
Como o time é fraco, vamos tentar carregá-lo nos jogos no Couto. Não para salvar a direção e nem para ouvir o presidente agradecer como se o esforço fosse para ele, mas para salvar o nosso amado e tão sofrido clube.
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Há algum tempo penso em falar algo a respeito do Wilson. É um ótimo goleiro,todos concordam, já o elogiei muitas vezes, quanto a isso nada posso dizer em contrário. Mas futebol tem os seus mistérios. Deem uma olhada no currículo do Wilson. De 2005, quando se tornou profissional, até este ano, conquistou tão somente três títulos estaduais. Foi rebaixado com o Coritiba e o Figueirense (duas vezes) e Vitória. Ontem, quando ele saiu do jogo em consequência de lesão, lembrei disso.
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