Bola de Couro
Ontem, contra o São Paulo, o Coritiba fez um primeiro tempo assustador pela fraqueza que o time demonstrou. Sem manter minimamente a bola, com falha da zaga no tento são-paulino, não chutou nenhuma vez a gol. Tomamos o que se convencionou “banho de bola”. Terminada a primeira etapa o sentimento que tínhamos era de que se nada fosse mudado teríamos uma merecida e acachapante derrota.
Mas o nosso treinador, em um lance de ousadia e coragem, mudou radicalmente o time e em especial o modo de jogar.
Tirou o Val, que nada jogava e pelo que tem mostrado está na hora de ser afastado, e tirou também o Tony Anderson que nem de longe parecia o jogador que nos encantou em algumas partidas. E com muita coragem e ousadia fez o time se tornar mais ofensivo jogando no antigo esquema 4-2-4. Foi o suficiente para buscar o empate e jogar melhor.
A defesa, que tinha falhado no primeiro tempo, tanto no gol como em uma oportunidade clara desperdiçada pelo São Paulo, na segunda etapa mostrou firmeza, inclusive o Henrique, que está sendo contestado às vezes com alguma razão, mas que na parte final do jogo foi um baluarte. E o Alex Muralha, outro que já foi contestado (em algumas ocasiões com razão), se mostrou estupendo em três defesas, em uma delas, quando tocou na bola que estava nos pés do atacante adversário, foi preciso de modo a não cometer pênalti.
Uma pena a queda de produção do Igor Paixão, que há alguns jogos não é mais o mesmo. O que terá acontecido? A possibilidade de ser negociado para o exterior afetou o seu equilíbrio mental? Se não voltar a jogar como vinha, dificilmente poderá ter o sonho de passar a receber em euros e o Coritiba também. Que não se repita o que aconteceu com o Rafhael Lucas, que o presidente Bacelar em precipitada afirmação declarou que não o negociaria nem por vinte milhões de euros. Aos poucos o Rafhael foi perdendo o futebol que mostrara no início do campeonato de 2015 e o Coritiba teve que emprestá-lo para clubes de menor expressão (Goiás, Mirassol, Inter de Lages e Paraná Clube) e rescindir o contrato em 2019. Os vinte milhões se tornaram zero.
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Um comentário para justificar o título da coluna. Alguém tem a ingenuidade de acreditar que o movimento de exaltação ao Rafinha no jogo contra o Botafogo, um dia antes de ele contestar o pedido do Coritiba para poder quitar a dívida com o Cerutti, foi algo inocente e sem reserva mental de quem o comandou? Foi no mínimo estranho, coincidente com a afirmação do presidente Juarez de que não disputaria a reeleição (acho que foi muito cedo para falar nisso, pois despertou os fracassados que querem voltar para a direção do clube). Não nasci ontem para acreditar que nesse mingau não tem caroço.
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