Bola de Couro
Respeito muito ao jornalista Augusto Mafuz, embora saiba que os meus amigos coritibanos em expressiva maioria não gostam dele, pois quando quer nos espicaça como ninguém. Muitas vezes discordo dele ou não gosto do que escreve, mas nem por isso deixo de admirá-lo por saber escrever muito bem. E por reconhecer que é um jornalista muito bem informado, e que muitas vezes sabe mais sobre os clubes rivais do que os seus confrades alinhados com estes. O respeito que tenho por ele é recíproco, já tendo manifestação e texto meus citados em sua coluna, o que me honrou.
Com a mesma intensidade respeito muito ao nosso presidente Rogério Bacellar, homem a quem conheço há longos anos, até por vínculos familiares, embora há muito tempo não tenhamos contato pessoal, pois nunca mais nos encontramos por força da distância entre as cidades em que vivemos. Posso afirmar com segurança que se trata de um homem honrado e muito bem intencionado e que tem total independência para administrar o nosso clube (especialmente depois que se livrou dos “indomáveis”) e o digo sem nenhum compromisso pessoal, tanto que neste mesmo espaço algumas vezes já divergi da sua administração e expus o que pensava. Respeitosamente, sempre, como é o meu estilo de proceder.
Hoje, lendo como todos os dias faço a coluna do jornalista Augusto Mafuz, me vi desagradavelmente surpreendido pela afirmação sobre uma espécie de submissão do presidente Bacelar ao dono do Atlético, Mário Petraglia, em especial um trecho - não o fosse o todo - que entendo desrespeitoso, no sentido de que o comandante atleticano seria uma espécie de “presidente de fato” do Coritiba.
Se algumas vezes o jornalista Mafuz passou do ponto em relação ao Coritiba e aos seus torcedores, desta vez se superou, exagerou e, em que pese tenha dito que o fazia sem ironia (quando na verdade foi assim que agiu), a afirmação, por atingir o respeito que o presidente do clube que é seu rival merece, foi ofensiva, merecendo repúdio. Seja quem for o presidente do Coritiba, ele merece respeito dos jornalistas, o que certamente não ocorre quando recebe a pecha de submisso ou “pau mandado”, em se referindo ao presidente do maior rival como o “presidente de fato” do Coritiba.
O jornalista, que tem sérias divergências com o chefe do seu clube do coração, como muitas vezes já afirmou, agora passou a ver nele uma espécie de “poderoso chefão” que não só comanda como quer o seu feudo como “de fato” também o maior rival? Pensa que, como o Petraglia é o senhor do raio e do trovão no Atlético o seria também no Coritiba? Sem a menor dúvida desta vez o jornalista passou muito do ponto, fez um agravo muito sério, se não insultuoso, ao presidente do Coritiba, instituição centenária maior do futebol paranaense,ele pessoa que temporariamente representa a todos os coritibanos. Sinto-me, como coxa-branca mais que cinquentenário, atingido também pelo vitupério, assim como suponho está se sentido toda a comunidade coritibana.
Como um coritibano que ama ao seu clube e respeita quem o comanda, assim como respeita aos rivais, inclusive os jornalistas aficionados a estes, espero que uma reflexão com alguma dose de humildade faça com que o cronista se retrate e se desculpe. Muitas vezes li na coluna do articulista Mafuz citações de Santo Agostinho, a quem ele admira como católico que é. Não querendo ser pernóstico e nem posar de erudito, dirijo a ele um pensamento do mesmo santo filósofo que tanto aprecia: Foi o orgulho que transformou anjos em demônios, mas é a humildade que faz de homens anjos.
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