Bola de Couro
Não havia ocupado este espaço desde o jogo contra o Operário, pois ali vi uma primeira etapa muito boa e o segundo tempo mais do mesmo, sendo temerário mostrar euforia com aquela vitória. Aguardei o jogo contra o Ceará imaginando que teria algo de positivo para escrever (como já disse, estou cansado de escrever negativamente), mas que nada, o time voltou a ser o que sempre foi: jogadores muito fracos e treinador provisório que não soube dar um mínimo padrão de jogo que não seja o fechamento da defesa e no mais para a frente só chutões.
Então, eu não ia voltar a escrever até que algo positivo acontecesse, mas eis que hoje veio um alento. O ex-presidente Joel Malucelli, um dos investidores na SAF Treecorp, veio a público para colocar o dedo em uma ferida, qual seja o comando do clube na parte do futebol, onde contratações inúteis se empilharam desde o ano passado, com nome e sobrenome de quem as fez ou endossou, o Carlos Amoedo, cujo currículo mostra rebaixamento com o Grêmio em 2021 e parece estar buscando dobrar a proeza no Coritiba.
Malucelli, múltiplo gestor de empresas e bancos, pessoa que não gosta de jogar dinheiro fora, deve ter visto dois dos seus interesses naufragando, o time para o qual torce e o investimento sob risco. E assim, com autoridade, “gritou” contra os desmandos na administração do nosso querido Coritiba.
Mais, trouxe ainda uma amostra de que as coisas não andam bem no vestiário ao revelar que o limitado Robson “não entra em campo sem receber uma fortuna”. Fiquei pasmo ao ler isso. Se o limitado – repito - Robson se acha nesse “direito”, é porque está muito mal encaminhado e administrado o que acontece internamente.
A solução, segundo o Malucelli, seria colocar o Autuori no lugar do Amodeo. Não sei se seria essa a melhor solução, mas sem dúvida ela passa pela saída do Amodeo e a manutenção do Autuori, seja no cargo em que está, ou seja em outro. Importante é dar uma sacudida na administração da SAF, até porque não se vê ou ouve manifestação dos dirigentes coritibanos que a integram, e seria bom que viessem a público dar satisfação à torcida, o que não é nenhum favor.
Devemos agradecer ao ex-presidente Malucelli por retratar o que quase toda a torcida sabe. A grita de um torcedor comum, ou mesmo de um colunista, quase não tem peso, é ignorada pela direção, mas o mesmo grito na voz de um ex-presidente, torcedor e investidor, deve ser recebido de modo diferente, como se espera. Malucelli, com a sua fala, pode estar sendo, guardadas as proporções e o contexto, uma espécie de Martin Luther King em luta pelo Coritiba.
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