Bola de Couro
Nos últimos anos, nós, torcedores do Coritiba, iniciamos a temporada futebolística com um misto de sentimentos.
De um lado, medo de que a atuação do time se repita, balançando entre se manter na série A e tentar voltar para ela, e nem campeonatos estaduais conquistando (ou longe de conquistar como no ano passado).
De outro, a esperança de que com nova direção e renovação do elenco as coisas irão mudar e finalmente poderemos ter um time que mereça respeito e nos orgulhe. Esse sentimento nós tivemos a partir da eleição da nova diretoria e do retorno para a primeira divisão, mas parece estar se desvanecendo.
Ontem, no jogo contra o Operário – ao qual não vencemos em Ponta Grossa há mais de dez anos – infelizmente o sentimento do medo foi mais forte.
Uma má apresentação individual e coletiva.
Decididamente, embora tenha feito algumas poucas defesas espetaculares, Alex Muralha não pode ser o goleiro em uma equipe minimamente qualificada. Seus defeitos superam os méritos e ontem claramente reforçou a convicção de que não sabe sair jogando com os pés, tanto que entregou ao adversário, na intermediária, a bola que resultou no primeiro gol.
Para falar sobre as más atuações individuais, vou ter que antes falar sobre o Morínigo. Não sou dos que veem o técnico como primeiro culpado, exceção feita a absurdos como o Argel, mas está na hora de o Morinigo ser questionado e corrigir os rumos. Ainda tem crédito, mas precisa mostrar que o merece.
Não vejo o tal “sistema de jogo” dele proclamado por alguns. A equipe atua sem mostrar jogadas que indiquem treinamento e ordem. Pode-se dizer que o técnico não tem um grande elenco à disposição, o que atenuaria a sua responsabilidade, mas não é possível que não tenha consciência de que alguns dos jogadores que utiliza não têm condições de integrar uma equipe que pretenda algo na primeira divisão. A insistência com o uso figuras como Matheus Salles, Matheus Alexandre e Nathan Fogaça parece claramente teimosia, uma obstinação sem sentido. Depois de cada jogo há uma unanimidade sobre o Matheus Salles, um burocrata que se esconde em campo de modo a não se comprometer. Ontem, faltando cinco minutos para o jogo terminar, eis que na beira do gramado se vê o Morínigo com a mão no ombro do Nathan Fogaça, dando-lhe instruções como se este tivesse alguma capacidade de alterar qualquer coisa na partida. Assim fica difícil.
E fora de campo ainda estou aguardando e dando um tempo para o frasista contratado como “head esportivo”. Quando de sua contratação eu estava ausente deste espaço e nada comentei. Estou esperando ações concretas. Frases sobre sonhar alto não são necessárias.
Quero voltar a ser dominado pelo sentimento da esperança.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)