Bola de Couro
A vitória de ontem sobre o Brasil de Pelotas foi importante, mas ainda não afastou os temores que temos em relação ao time atual.
Tivemos uma apresentação na primeira etapa lamentável, um nível baixíssimo de futebol por ambas as equipes, mas melhoramos no segundo tempo e conseguimos o gol, desperdiçando depois outras chances.
Mas se devemos comemorar a vitória, o que é importante e fundamental, não podemos nos iludir com o time que está aí.
Sem nenhuma crítica ao técnico, que deve estar fazendo o que pode, o elemento humano à sua disposição é muito fraco.
Com exceção do nosso goleiro, que ontem finalmente não foi quase exigido não fosse uma “barbeiragem” do Chiquinho, em quem, numa fria e realista análise, podemos confiar? A zaga até agora não nos trouxe confiança. Na meia cancha o Júlio Rusch caiu de produção, até porque, não se sabe a razão, deixou de ser o cobrador de faltas e escanteios, tarefa que passou ao Jean Carlos, ontem malsucedido. Aliás, quando este último saiu e a tarefa de cobrar escanteios coube ao Rusch, tivemos o gol salvador. O ataque é praticamente inoperante, tanto que os gols que até hoje marcamos neste campeonato foram de autoria de meios-campistas, exceto um através do Guilherme parede. O Bruno Moraes é fraquíssimo, em mais de um jogo se viu que nem mesmo um fundamento primário para jogador de futebol tem, qual seja o de matar a boa.
A boa notícia é que o time não mais teve a apatia que mostrou na derrota vergonhosa para o Sampaio Correa, e todos estão correndo e se esforçando muito, o que já é um progresso.
Parece, pelo que visto até agora, que se algo não for feito em termos de qualificação o elenco, ou não se descobrir algumas revelações escondida no elenco, o que é muito difícil, vamos ter ainda que esperar para ter um time confiável.
Não podemos esquecer que até agora jogamos apenas contra times que estão no final da tabela, exceto o Atlético-GO que está em 10º lugar, enquanto os demais estão abaixo da 14ª posição. No ano passado, na série A, no inicio do campeonato nos iludimos com uma sequência de bons resultados sem considerar que também que alguns foram contra equipes mais fracas ou que enfrentavam um mau momento e deu no que deu.
Enfim, dado o baixo nível técnico dos participantes da série B (ontem assisti a Guarani x Criciúma, um show se horrores), talvez consigamos o retorno à elite. Porém, se a filosofia que no momento rege o Coritiba se mantiver, dificilmente nos manteremos lá. Há tempo, a direção já reconsiderou duas decisões – o técnico iniciante e a formação majoritária da equipe com jovens da base – mas ainda não acertou nas contratações, quase todas muito abaixo do necessário.
Vamos aguardar que haja autocrítica e avanços. O discurso de que temos dívidas quase que impagáveis é uma realidade, o ouvimos há muitas gestões. Mas as dívidas jamais serão postas sob controle se o clube gasta mal, de modo a que o time não entusiasme e em consequência o torcedor se ausente (ontem público de 6.000 torcedores, que talvez não pague as despesas do jogo) e o quadro social diminuía, em um círculo vicioso interminável.
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