Bola de Couro
Ontem, assistindo a mais uma pífia apresentação do time do Coritiba e lembrando as demais neste ano, assim como dos tantos comentários de leitores aqui e nas redes sociais, consolidei um pensamento que há muito me persegue.
Os jogadores são os menores culpados pelo mau futebol que têm mostrado.
É que são mesmo limitados e não há como exigir mais da maioria deles. É cansativo e repetitivo dizer, mas não há como tirar de atletas como, por exemplo, Tiago Lopes, Robson, Galdezani e Welissol mais do que não têm. Difícil crer que o Igor Jesus um dia deixará de ser permanente promessa que não se confirma. Esperança individual me parece que ter somente em um ou outro como no retorno do Nathan Ribeiro e a recuperação do futebol do Sabino, a confirmação do Giovani Augusto e do Kazu que ainda foram pouco testados (Yan Couto terá passagem curta). No mais, é um elenco desqualificado, com alguns poucos servindo somente para compor grupo.
Sei que alguns podem dizer que o Rafinha é uma exceção, e concordo, mas temos que lembrar que é veterano, sem condições físicas para uma extenuante temporada, e que também mais desponta pela comparação com o baixo nível dos seus parceiros.
No Direito há um instituto denominado “teoria da equivalência das condições”, que apura qual foi a causa determinante para o resultado. Não vou me estender a respeito, mas em resumo se trata de concluir sobre qual foi a causa sem a qual o resultado de dano não teria ocorrido. O presidente Samir Namur que, embora ao que eu saiba nunca tenha exercido cargo administrativo antes de assumir o Coritiba, é mestre e doutor em Direito Civil e deve conhecer melhor do que eu o instituto.
Tenho que no caso do Coritiba não é difícil a conclusão. A causa determinante dos consecutivos maus resultados do time nos últimos anos é a má gestão. Sem tantos erros na montagem da equipe, gestados pelo gerente de futebol com homologação da diretoria, certamente o Coritiba seria outro em campo se bem garimpados os atletas. Já vi alguns torcedores escusando a direção sob o argumento de que “não é o presidente que desperdiça pênalti”, “não é a direção que entrega gol ao adversário”, ”não é o dirigente que erra um gol feito”. Claro que não, de modo direto, isso ocorre nas melhores equipes. Mas não com a constância que acontece no Coritiba, de modo que a causa sem a qual isso não aconteceria com frequência está nos erros de quem escolheu o mau batedor de pênalti e os entregadores e perdedores de gol. Se alguém merece condenação pelos maus resultados, a causa sem a qual isso não ocorreria está bem mais acima dos atletas.
**********************************************************************
Ainda sobre o nosso vexame na Copa do Brasil, nos últimos dias vimos avançar times como o Afogados de Ingazeira (eu nem sabia da sua existência), Brusque e o São José de Porto Alegre, que é praticamente um time de bairro como o Trieste ou o Operário Pilarzinho. Enquanto isso, o Coritiba...
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)